Aval para explorar petróleo na Amazônia eleva críticas à COP30
Pesquisa Quaest mostra aumento da percepção negativa sobre o evento nas redes
Pleno.News - 25/10/2025 15h08 | atualizado em 28/10/2025 10h18

Levantamento realizado pela Quaest mostra que a autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia está sendo vista pelos internautas como uma contradição à pauta ambiental da COP30 e gerou uma piora na percepção sobre o evento.
A sondagem, feita entre os dias 15 e 21 de outubro, registrou aumento de 28% para 31% nas menções negativas ao encontro, ao mesmo tempo em que as postagens positivas caíram de 26% para 22%. As referências neutras e informativas mantiveram-se em 47% com relação à pesquisa realizada na semana anterior.
– O monitoramento da Quaest demonstra que foi interrompida a tendência de crescimento do sentimento positivo em relação à COP30 que observávamos nas últimas semanas. Ambientalistas, técnicos, acadêmicos e parte da sociedade proferiram severas críticas sobre as contradições entre os objetivos do evento e a agenda ambiental interna, depois do voto ao veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a autorização concedida pelo Ibama para que a Petrobras avance nas pesquisas de exploração de petróleo na Foz do Amazonas – diz Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest.
A COP30 será realizada em Belém entre os dias 6 e 21 de novembro próximo e marca um momento histórico ao trazer a principal conferência da ONU sobre mudanças climáticas para o coração da Amazônia. Segundo o levantamento da Quaest – o quarto de cinco que serão realizados – o volume de citações feitas à COP30 totalizou 105 mil no período pesquisado, com média diária de 15 mil. O número de autores únicos ficou em 46 mil.
A pesquisa mostrou ainda que os eventos que antecedem a COP30 provocaram o maior número de postagens. Destacam-se os encontros internacionais com figuras como rei Charles, Anitta e cacique Raoni. De acordo com o levantamento, no momento, o debate digital começa “a refletir menor entusiasmo e maior cobrança, marcando o início da fase crítica de análise sobre a coerência entre discurso ambiental e práticas políticas”.
Entre as menções negativas, tiveram destaque as críticas às desigualdades econômicas que dificultam o avanço do financiamento climático e à ausência dos Estados Unidos em acordos multilaterais.
*AE
Leia também1 Petrobras recebe aval do Ibama para explorar Foz do Amazonas
2 Lula pode se reunir com irmãos Batista durante viagem à Ásia
3 Juiz crítico da Lava Jato é alvo de investigação por furto de bebida
4 "Não dá para discutir carro elétrico na COP30 se 45% da África não tem luz"
5 COP30: Janja convida Brigitte Macron para banho de rio



















