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Associação sai em defesa de empresários alvos de ação da PF

Em nota, Associação Comercial do Rio de Janeiro chamou as medidas de "extremas"

Pleno.News - 24/08/2022 17h29 | atualizado em 24/08/2022 18h25

Luciano Hang e o presidente Jair Bolsonaro Foto: Anderson Riedel/PR

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) solidarizou-se, nesta quarta-feira (24), com os empresários que foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal (PF) na manhã da terça (23). O presidente da entidade, José Antonio do Nascimento Brito, classificou em nota as medidas tomadas contra os investigados como “irrazoáveis” e “extremadas”.

No texto, ele argumentou que os empresários, nas conversas por aplicativo de mensagem reveladas pelo portal Metrópoles, apenas manifestaram opiniões pessoais, dentro do direito à liberdade de expressão. Segundo as transcrições, alguns dos interlocutores defenderam que seja dado um golpe de Estado se o PT vencer a eleição presidencial.

– É absolutamente irrazoável que conversas em redes privadas – insuscetíveis, por isso, de configurar qualquer ameaça – ainda que em termos veementes, recebam a resposta extremada que sofreram – afirma a nota assinada por Britto.

E continua:

– Quebra de sigilo bancário, congelamento de contas, invasão de residências e de empresas são medidas extremas admitidas, apenas, contra suspeitos de crimes graves, jamais contra manifestações de opinião – apontou.

A operação contra os empresários foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele é relator do inquérito das milícias digitais e expediu os mandados a pedido da PF.

Entre os alvos, estão integrantes da Associação Comercial do Rio, como José Isaac Peres, do grupo Multiplan. Também integram a lista Luciano Hang, da Havan; Ivan Wrobel, Construtora W3; José Koury, Barra World Shopping; André Tissot, Grupo Sierra; Meyer Nigri, Tecnisa; Marco Aurélio Raimundo, Mormaii; e Afrânio Barreira, Grupo Coco Bambu.

Segundo o presidente da ACRJ, o STF “precisa ser o catalisador” de “paz” e “harmonia”.

– O Brasil precisa de paz e de harmonia para que possamos construir um futuro de prosperidade e desenvolvimento, com segurança às empresas e empreendedores, e temos a convicção de que o STF precisa ser o catalisador desse processo – diz ainda a nota.

A coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles, mostrou na semana passada que empresários, que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) teriam conversado abertamente sobre um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito.

A entidade diz que não emite opinião sobre o posicionamento político dos empresários. Mas afirmou que “testemunha” a competência dos empreendedores.

– Não cabe, obviamente, a esta entidade de representação empresarial, emitir juízo de valor quanto às opiniões e militância política dos seus representados, mas, tem o dever de testemunhar a coragem e a competência de empreendedores que arriscam seu patrimônio e seu trabalho colaborando com a riqueza do país – concluiu o texto.

*AE

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