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Araújo não vê razões políticas para atraso de insumos da China

Ex-chanceler acredita que governo chinês não seria capaz de negar-se a salvar vidas por causa de interferência política

Pleno.News - 18/05/2021 13h46 | atualizado em 18/05/2021 15h06

ernesto araújo cpi da covid
Ex-ministro das Relações Exteriores depõe em CPI da Covid Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Durante seu depoimento à CPI da Covid-19 nesta terça-feira (18), o ex-chanceler Ernesto Araújo descartou que os atrasos para importação pelo Brasil de insumos vindos da China aconteçam por razões políticas.

– As alegações de que haveria uma negativa do governo chinês de permitir o fornecimento de vacinas ou insumos por razões políticas pressupõe algo que eu acredito que o governo chinês não é capaz: de negar vacinas que podem salvar vidas por causa de uma interferência política. Isso pressupõe uma imagem ruim da China com a qual eu não concordo e não temos indício nenhum de que tenha havido essa interferência política – afirmou Araújo durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.

O ex-chanceler alegou também desconhecimento sobre outros pontos que podem ter atrasado o início e a continuidade da vacinação no país. Araújo afirmou não saber de “nenhuma interferência” dos Estados Unidos para que o Brasil não fizesse a importação de doses da vacina Sputnik V, de origem russa, e disse não ter recebido nenhuma orientação para que rejeitasse parcerias de vacinas.

Sobre as revelações feitas pelo ex-secretário de Comunicação do Planalto e empresário Fábio Wajngarten, Araújo disse que teve ciência da oferta de 70 milhões de vacinas por intermédio do embaixador brasileiro em Washington. Segundo o ex-chanceler, além da representação, nenhum membro do governo o procurou para tratar do comunicado.

QUEBRA DE PATENTES
Ernesto Araújo também disse na CPI que, durante sua gestão no Ministério das Relações Exteriores, sua posição com relação à quebra de patentes de vacinas contra Covid-19 sempre foi favorável ao consenso da Organização Mundial do Comércio (OMC). O ex-ministro destacou que outras economias emergentes também tiveram a mesma posição.

Segundo Araújo, no ano passado havia o entendimento de que a proposta da Índia sobre a quebra de patentes das vacinas não avançaria devido à resistência dos Estados Unidos. Questionado, Araújo negou que essa falta de posicionamento teria atrapalhado a relação do país com a Índia na obtenção de vacinas contra Covid-19.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também questionou Araújo sobre o papel do Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores, e do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, na condução da política internacional brasileira.

Segundo Araújo, os dois atuaram dentro das atribuições de suas funções. Araújo também afirmou que é possível que, em alguma reunião sobre vacinas, Filipe tenha dado opinião sobre o tema, mas voltou a destacar que ele fez isto dentro de suas atribuições.

VIAGEM A ISRAEL
A comitiva chefiada por Araújo a Israel também entrou na pauta dos questionamentos dos senadores. Segundo o ex-chanceler, a missão surgiu de uma conversa entre o presidente Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Na avaliação de Araújo sobre a missão, os dois medicamentos que motivaram a viagem à Índia tiveram testes promissores, afirmando que o governo brasileiro procurou se antecipar na formação de cooperações que permitam o acesso a medicamentos para possível tratamento contra a Covid-19.

*Estadão

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