Gabriel Mansur - 30/08/2022 16h30 | atualizado em 30/08/2022 16h40

Há uma semana, o procurador-geral da República, Augusto Aras, demonstrou incômodo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao alegar que não foi intimado sobre a operação contra o grupo de empresários que supostamente debatia um eventual golpe de Estado em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.

Nesta terça-feira (30), exatos sete dias após o mandado de busca e apreensão ter sido concedido, o atrito no poder Judiciário ganhou um novo capítulo. Sem citar nomes, mas com uma declaração que pode ser avaliado como indireta a Moraes, Aras disse que membros “do sistema de Justiça não recebem voto do povo”.

– Nós, do sistema de Justiça, não recebemos voto do povo. Quem recebeu voto do povo foram os parlamentares, o presidente da República, o prefeito, o governador, o deputado, o vereador – disse o chefe do Ministério Público a integrantes da Aeronáutica.

Em outro momento, Aras lembrou que o Judiciário age dentro do que ordena a Constituição e as leis.

– Cumpre a cada Instituição o desempenho do seu papel, que a Constituição, como “carta de competências”, designou com meridiana clareza. Só assim poderemos ter um sadio “garantismo institucional” – reiterou.

Na semana passada, Aras reclamou que não havia sido avisado formalmente pela Suprema Corte sobre a investigação com empresários bolsonaristas. Fontes da PF, inclusive, afirmam que o procurador trocava mensagens com o empresário Meyer Nigri, da Tecnisa, que também é investigado.

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