Aras critica antigo modelo de forças-tarefa da Lava Jato
Procurador-geral da República participa de sabatina nesta terça-feira para sua recondução ao cargo
Pleno.News - 24/08/2021 15h09 | atualizado em 24/08/2021 15h55

Durante sua sabatina na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu nesta terça-feira (24) que sua gestão teve atuação “sóbria e técnica”, afirmando que cumpriu seu dever e as promessas feitas aos senadores em 2019, quando foi alçado ao cargo mais alto do Ministério Público Federal (MPF).
Aras também fez críticas à Lava Jato, dizendo que o antigo modelo de forças-tarefa da operação apresentava “deficiências” e não se “mostrava sustentável” em razão de diferentes fatores – entre eles a “falta de regulamentação e a ausência de critérios objetivos”. Nas palavras, de Aras, o “modelo de forças-tarefa com personalização culminou numa série de irregularidades”.
Com relação à sua atuação no âmbito criminal, Aras afirmou que a PGR faz uma “análise criteriosa antes de tomar as providencias cabíveis, informando o Judiciário sobre suas conclusões”.
Sobre investigações envolvendo o presidente da República e seus ex-ministros, Aras afirmou que “nesses procedimentos, primeiro fizemos uma análise profunda para não criar dificuldades injustas”.
Sobre acusações de alinhamento com o Planalto, Aras disse que discordou em 30% dos pedidos liminares feitos pelo governo federal e em 80% das manifestações relacionadas à Covid-19. O procurador-geral disse que, quando se fala em alinhamento “está a se desconhecer que o PGR e o Ministério Público Federal devem agir dentro da técnica jurídico-formal”.
– Quando o procurador-geral sai da sua função, da sua linguagem jurídica, para adentrar a linguagem da política, ou judicializa a política, ou criminaliza a política – declarou.
*AE
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