Leia também:
X Confederações patronais pedem por reforma tributária justa

Após críticas, Lula muda o tom sobre a guerra na Ucrânia

Presidente disse nesta terça-feira que "condena" a violação territorial da Ucrânia

Pleno.News - 19/04/2023 08h04 | atualizado em 19/04/2023 10h24

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: PR/Ricardo Stuckert

Ainda sem citar nominalmente a Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (18), que o Brasil “condena” a violação territorial da Ucrânia. Lula sofreu forte pressão e cobrança internacional, dos Estados Unidos e da Europa, para que se posicione explicitamente sobre a guerra e aumente o tom contra Moscou.

– Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito – afirmou Lula.

A declaração foi dada por Lula durante um almoço no Itamaraty com o presidente da Romênia, Klaus Iohannis, país vizinho da Ucrânia que sofre diretamente as consequências humanitárias e econômicas da guerra de agressão unilateral, deflagrada em 24 de fevereiro de 2022 por Vladimir Putin.

A fronteira entre os países no leste europeu tem cerca de 600 quilômetros. Até mesmo cidadãos brasileiros que viviam na Ucrânia escaparam da guerra por meio de gestões consulares e diplomáticas com auxílio da Romênia.

Nesta terça, Lula mudou o tom e falou de forma mais protocolar, lendo um discurso previamente escrito. O texto foi elaborado pela assessoria de Lula no Palácio do Planalto, diante da sensibilidade do momento. O presidente percebeu a ampla reação negativa no exterior.

Um embaixador ouvido pela reportagem disse que Lula “voltou ao eixo” da posição manifestada por seu próprio governo no diálogo internacional. O Brasil condenou a violação territorial na Ucrânia, se opôs a sanções contra Moscou e propôs a montagem de uma comissão negociadora, popularmente chamada de “clube da paz”.

Lula se disse preocupado com as consequências globais do enfrentamento, como a escassez energética e de alimentos. Ele afirmou ser urgente criar um grupo de países que levem à mesa Rússia e Ucrânia para selar a paz, mas não deu tanta ênfase à proposta como antes. Foi o último tópico de seu discurso.

Nos últimos dias, as declarações de Lula em entrevistas foram duramente criticadas por democracias ocidentais, durante sua passagem pela China e pelos Emirados Árabes. O presidente apontou uma ideia de equivalência de responsabilidades sobre a guerra entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin e o que considera ser um incentivo à continuidade do enfrentamento militar.

A União Europeia e os Estados Unidos reagiram e disseram que Lula repetia propaganda favorável aos russos e fragilizara sua condição de mediador ao adotar um discurso que tem lado. O governo Joe Biden espera explicações do Itamaraty e do Palácio do Planalto. Sobretudo depois de Lula receber com distinção em Brasília o chanceler russo, Sergei Lavrov.

*AE

Leia também1 Assessor após fala de Lula sobre EUA: 'Não podemos fazer drama'
2 Padilha tenta "amenizar" falas de Lula sobre guerra na Ucrânia
3 Ucrânia convida Lula para ir ao país ver a "natureza" da guerra
4 Luciano Huck condena fala descabida de Lula sobre Ucrânia
5 Casa Branca diz que fala de Lula sobre guerra é “problemática”

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.