Marcos Melo - 23/12/2022 14h38

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito, está inclinado a nomear o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) para ocupar o Ministério da Agricultura. Mas a política é como um jogo de xadrez. Há de se antever sempre as jogadas que sucedem uma ação. E ao levantar Fávaro para um ministério, sua vaga no senado seria ocupada pela suplente Margareth Buzetti (PP-MT), estigmatizada como apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Temendo favorecer uma inimiga, mesmo que indiretamente, e empossá-la no senado, outra estratégia teve de ser cogitada a fim de não trazer a oponente para dentro do jogo. Pensou-se em mandá-la para longe, para comandar uma secretaria no governo do Mato Grosso, que a partir de janeiro estará nas mãos de Mauro Mendes (União). Desta forma, a tal cadeira no senado seria do segundo suplente, José Lacerda (MDB).

Mas na política tudo muda o tempo todo e ventos fortes costumam ter o poder de mudar direções e dispersar convicções. De olho na cadeira no senado, Margareth Buzetti já está cogitando mudar de partido, do PP para o PSD de Kassab, o que manteria o mandato de senador na legenda, mesmo com a nomeação de Fávaro.

Ela que sempre foi alinhada aos princípios e valores conservadores e apoiadora do atual presidente, já se prontificou a mudar de lado e compor a base de apoio do governo Lula a fim de assegurar sua vaga no senado.

A assessoria de imprensa de Buzetti falou com a CNN e confirmou a intenção da troca de partido.

– Ela entende que é bom para o Mato Grosso um ministro do estado nesta importante pasta (Ministério da Agricultura). Então, ela está disposta a compor com a base de sustentação do governo do PT, ela não será empecilho para que o Fávaro se torne ministro – justificou.

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