‘Se fosse parlamentar, Moro estaria preso’, diz Alcolumbre
Presidente do Senado disse, no entanto, que é precisa ser cauteloso ao julgar os diálogos
Henrique Gimenes - 25/06/2019 14h48 | atualizado em 25/06/2019 17h48
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), classificou os supostos diálogos vazados do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro de “muito graves” caso eles sejam verdade. Para ele, as conversas mostrariam que Moro “ultrapassou o limite ético” quando era juiz da Lava Jato. A declaração foi dada durante um jantar promovido pelo Site Poder 360.
Os vazamentos foram divulgados, inicialmente, pelo site The Intercept e trazem Moro conversando com procuradores da operação, entre eles Deltan Dallagnol. Um dos casos discutidos foi o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o presidente do Senado, as revelação pode ter um grande impacto.
– Em sendo verdade, são muito graves. Muito graves. Ultrapassou o limite ético. Não era para ter tido conversa naquele nível. Se isso for verdade, terá um impacto grande em relação a procedimentos – apontou.
Alcolumbre ainda disse que não é possível confirmar a veracidade das mensagens e, ao lembrar de um episódio em que falsas declarações foram atribuídas a ele, afirmou que é preciso ser cauteloso ao se julgar alguém. O senador, no entanto, comparou o tratamento dado ao ministro e o que seria dado a um parlamentar.
– Se fosse um deputado ou um senador [ao invés de Moro], ele já estava cassado, preso e nem precisava provar se tinha hacker ou não – ressaltou.
Durante o jantar, o presidente do Senado disse ainda que convenceu seus colegas a não propor a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Sergio Moro.
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