Leia também:
X Piloto morre após avião cair no Campo de Marte, em SP

Advogados criticam STF por considerar liberação do aborto

Conrado Hübner Mendes e Joseval Peixoto reclamaram da postura do colegiado

Camille Dornelles - 30/07/2018 11h00

STF fará audiência pública sobre aborto

O professor de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo (USP) Conrado Hübner Mendes criticou a postura do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (30). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele afirmou que a Casa tem agido de maneira “incoerente”.

Ele afirmou que o STF trocou o princípio da jurisprudência pelo que chamou de “populisprudência”, que é regida pelo desejo de receber apoio popular.

– A “populisprudência” é o populismo judicial disfarçado pela aura da “jurisprudência” e todo o pacote que a acompanha: o manto do “juridiquês”, a fleuma judicial, o esoterismo. A “populisprudência” é praticada pelo juiz com causa, que busca apoio na opinião pública. Quem critica é visto como adversário. O ganho imediato é a aclamação popular, é o status de herói. O custo de longo prazo é a perda de legitimidade – afirmou Mendes.

Logo depois da publicação, o advogado e jornalista Joseval Peixoto comentou as palavras do professor e afirmou que a observação se aplica à audiência pública sobre aborto, marcada para sexta-feira (3). Ao Jornal da Manhã, da Rádio Jovem Pan, ele chamou de “trágico” o fato de o STF sequer considerar a liberação.

– É trágico que o Supremo venha debater isso porque a Constituição garante a todos os estrangeiros a inviolabilidade do direito à vida. O organismo que vai se destruir não é o corpo deformado da parturiente, mas da criança que irá nascer. É pena que o Supremo abandone o Artigo 5º da Constituição brasileira para fazer uma audiência pública dessa questão – critica Peixoto.

AUDIÊNCIA PÚBLICA NO STF
A audiência pública terá a participação de 45 representantes da sociedade. A ministra Rosa Weber, responsável pela pauta, pediu a abertura da audiência para analisar o projeto de lei. O texto, assinado por deputados do PSOL, quer legalizar o aborto até a 12ª semana de gestação sem necessidade de justificativa.

Weber classificou o tema como “muito sensível e delicado” e que envolve razões de ordens moral, ética, religiosa, de saúde pública e de direitos fundamentais à vida. Por isso, marcou a audiência pública, que acontece entre os dias 3 e 6 de agosto.

Siga-nos nas nossas redes!
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.