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Advogado diz que Guaranho ‘não tem memória alguma’ do crime

Recém-integrado à defesa, Luciano Santoro relata que cliente "sofreu muitas lesões na cabeça após chutes covardes"

Gabriel Mansur - 01/08/2022 19h41 | atualizado em 01/08/2022 21h39

Jorge Guaranho Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Recém-integrado à defesa do policial penal federal Jorge Guaranho, denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado devido ao assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda, o advogado Luciano Santoro relata que seu cliente não se lembra de nada referente ao crime, ocorrido em 9 de julho, em Foz do Iguaçu, Paraná.

O criminalista, que ficou conhecido no mundo jurídico ao defender Elize Matsunaga, condenada por esquartejar seu marido, Marcos Kitano Matsunaga, disse ao portal UOL que visitou Jorge na quinta-feira (28), no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde ele está internado desde o assassinato. Ele também foi baleado, além de ter sido agredido com chutes na cabeça quando já estava inconsciente.

– O cliente não está bem ainda, não tem memória alguma do evento, porque sofreu muitas lesões na cabeça por chutes covardes que lhes foram desferidos por muitos minutos. É um milagre ter sobrevivido. Acredito que a recuperação será muito longa e difícil. Mas as informações sobre o estado de saúde dele apenas podem ser prestadas pelos médicos. Não tenho a menor qualificação para isso – ressaltou.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o atirador foi de carro até o clube onde era realizada a festa da vítima, que comemorava o aniversário de 50 anos com uma celebração alusiva ao PT e à campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Após baterem boca, o suspeito deixou esposa e filho em casa, voltou ao local e atirou em Arruda, que também estava armado e revidou aos disparos.

DEFESA ESPERA LAUDOS PARA SE POSICIONAR
No mesmo dia da visita, Santoro assinou um documento encaminhado à Justiça do Paraná em conjunto com os advogados Cleverson Leandro Ortega, Poliana Lemes Cardoso e Carlos Roberto Bento citando a “perda da memória”.

– Diante do exposto, requer seja garantido à defesa acesso integral aos elementos de prova destes autos para que ofereça a resposta à acusação, devolvendo-se o prazo para que o termo inicial seja contado do pleno conhecimento das provas – alegam os advogados.

No documento, eles ainda citam a pendência dos laudos complementares exigidos pela Justiça, como a leitura labial com base nas imagens e a perícia no celular do próprio Guaranho, apreendido pela Polícia Civil do Paraná. Na semana passada, um laudo de confronto balístico do Instituto de Criminalística do Paraná indicou que Guaranho deu três tiros na vítima, que reagiu com 13 disparos.

PRAZO PARA O DEPOIMENTO
A Justiça do Paraná deu prazo de dez dias, contados desde quinta-feira (21), para Guaranho se defender. O promotor Tiago Mendonça Lisboa reafirmou ver motivação política no assassinato. Contudo, diferencia o caso de um crime político, previsto na Lei de Segurança Nacional.

Na quinta-feira (28), outro advogado de Guaranho, Cleverson Ortega, alegou ao juiz de Foz do Iguaçu que não tem condições de apresentar a defesa do seu cliente enquanto não tiver acesso a todo o material da investigação, o que ainda não ocorreu. No sexta (29), o magistrado Gustavo Germano Francisco Arguello suspendeu o prazo para a manifestação de Guaranho até que Ortega receba o material em posse da Polícia Civil e do Ministério Público

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