Pierre Borges - 11/08/2021 16h53 | atualizado em 14/10/2021 15h14

Nesta quarta-feira (11) durante a sessão da Câmara dos Deputados que decide se aprova ou não a perda do mandato da deputada federal Flodelis, acusada de mandar matar o marido, Anderson do Carmo, o advogado da parlamentar, dr. Rodrigo Faucz, disse que o debate sobre a cassação do mandato da deputada é uma questão de racismo, machismo e misoginia.

– O caso aqui, hoje, é uma mistura de perversidade histórica do nosso sistema temperada com uma misoginia, um machismo, um racismo estrutural. Quando falamos em princípio de presunção de inocência, não pode ser apenas para os amigos – argumentou.

Faucz ainda criticou as acusações sobre sua cliente, citando “grupos marginalizados” pela sociedade, além de autoras feministas representantes do ativismo negro.

– É interessante perceber que, como a própria história das comunidades marginalizadas, estigmatizadas, a história dela [Flordelis] também sofre uma violenta tentativa de destruição. (…) Hoje em dia não se pode odiar negros, mas se pode odiar, como diria Djamila Ribeiro, entre aspas, os criminosos. Então estes detratores aproveitam esta tecnicidade para legitimar essa ojeriza e a cólera acumulada contra a deputada. Muda-se o rótulo, mas mantém-se a essência – disparou, insinuando que a real motivação para a cassação do mandato da deputada seria a cor de sua pele.

Outra autora citada pelo advogado foi Lélia Gonzales, pioneira nos estudos sobre Cultura Negra no Brasil e co-fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro, do Movimento Negro Unificado e do Olodum.

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