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A justiça e o “discurso de ódio”: Ameaças já feitas a Bolsonaro

Veja casos em que houve incitação à violência contra o presidente, que já sofreu inúmeros ataques e ameaças

Pleno.News - 01/03/2021 17h41 | atualizado em 02/03/2021 11h15

Presidente Jair Bolsonaro Foto: PR/Alan Santos

A prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), em 16 de fevereiro, tem provocado debates acerca da atuação do STF, imunidade parlamentar, entre outros assuntos. Outra discussão recorrente é a aplicação da Lei de Segurança Nacional, que prevê crimes que ameacem ou comprometam a soberania nacional, o regime democrático e os chefes dos Três Poderes. O ministro Alexandre de Moraes se utilizou da referida lei para prender Silveira, que publicou vídeo com ofensas ao STF.

No entanto, pode-se observar que o presidente Jair Bolsonaro já sofreu inúmeros ataques e ameaças, inclusive quando ainda era apenas candidato. Cidadãos pró-governo questionam o porquê de tais ocorrências não terem sido tratadas com tamanho rigor.

A seguir, confira algumas das principais ameaças ou incitação à violência contra o chefe do Executivo, desde a famigerada facada durante a campanha presidencial de 2018.

FACADA DE ADÉLIO BISPO

Em 6 de setembro de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro cumpria agenda de campanha em Juiz de Fora (MG), quando foi atacado por Adélio Bispo de Oliveira. O golpe foi uma facada no abdômen. Ele passou por uma cirurgia delicada para estancar a hemorragia e conter lesões nos intestinos grosso e delgado.

Após ser socorrido e operado pela equipe médica da Santa Casa de Misericórdia da cidade mineira, Bolsonaro foi levado de avião para São Paulo, onde ficou internado entre 7 e 29 de setembro, no Hospital Albert Einstein.

Em junho de 2019, a Justiça de Juiz de Fora, em Minas Gerais, decidiu absolver Adélio Bispo, tomando como base o fato de o agressor ter sido considerado inimputável após laudos médicos.

Mesmo com a sentença, Adélio deve permanecer internado por tempo indeterminado. Ele será submetido a uma perícia médica em 2022, daqui a três anos.

Adelio Bispo de Oliveira durante depoimento Foto: Reprodução/

O FAXINEIRO DE TRÊS CORAÇÕES (MG)

Em 29 de novembro de 2018, um faxineiro de 25 anos foi preso por planejar um atentado contra o presidente Jair Bolsonaro. O homem trabalhava em uma empresa terceirizada contratada pelo Exército na cidade de Três Corações, em Minas Gerais. A prisão foi realizada um dia antes da formatura de alunos da Escola de Sargentos das Armas (ESA), evento para o qual Bolsonaro foi convidado.

O homem havia publicado um vídeo nas redes sociais no qual revelou o planejamento do crime dizendo: “Preparando minha faca para o Bolsonaro, e aqui era a regra da rua “.

Na filmagem, ele também aparecia lixando uma escova de dentes. Ele foi detido, conduzido à Delegacia de Polícia Federal, em Varginha, e indiciado pelo crime de atentado contra a liberdade pessoal do Presidente da República. A pena pode chegar a 12 anos de reclusão. Ele está respondendo em liberdade.

Jovem tinha plano de matar Jair Bolsonaro, diz PF
Jovem tinha plano de matar Jair Bolsonaro, diz PF Foto: Reprodução

HOMEM QUE INVADIU O SENADO

Em 29 de agosto de 2019, um homem tentou invadir o Senado, causando pânico nos presentes. Antes da invasão, ele havia gravado um vídeo ameaçando matar alguns políticos e ex-políticos, como o presidente da República, Jair Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes, o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) e pastores como Edir Macedo e R.R. Soares. – Vamos ver se ele aguenta outra facada real, não só o Bolsonaro, como o Lula, Ciro Gomes, quem mais? Marco Feliciano e todos os outros políticos. Depois eu vou escalar os evangélicos e outros católicos também. Por exemplo, o Edir Macedo vai morrer, Marco Feliciano como eu já falei, aquele R.R. Soares – disse o homem no vídeo.
Homem ameaçou matar Bolsonaro e líderes evangélicos Foto: Reprodução
VINÍCIUS GUERREIRO

Em um vídeo de quase 12 minutos, o jornalista e youtuber Vinícius Guerreiro, conhecido como Vina Guerrero, afirma que o presidente Jair Bolsonaro e sua família devem ser assassinados. As imagens foram divulgadas no dia 30 de julho de 2019, em seu canal no Youtube.

– Não tem mais condição de aceitar um b**** como Bolsonaro no poder. Esse cara tem que ser assassinado. Ele e família. Menos a filha, que não é política. Os políticos da família Bolsonaro pra resumir. Os três filhos b**** e o próprio, o pai. Esses têm que acabar. Têm que morrer – diz o jornalista.

Após a repercussão, Guerreiro apagou o material de suas redes sociais, disse que declaração foi “exagerada” e que estava arrependido.

No último sábado (27), o deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) usou as redes sociais para cobrar um posicionamento a respeito do caso. De acordo com o deputado, na época, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, chegou a dizer que iria pedir a abertura de um inquérito contra o youtuber.

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INTERNAUTA AMEAÇA FAMÍLIA BOLSONARO

Em junho do ano passado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro entrou com um processo criminal contra o youtuber Henrique Marques de Almeida, conhecido como Marques Zero.

O youtuber havia utilizado o Twitter para disparar ameaças de morte contra a família Bolsonaro.

Em maio, o youtuber publicou uma ameaça à família do parlamentar
Em maio de 2020, o youtuber publicou uma ameaça à família Bolsonaro Foto: Reprodução

FABIO FARIA DENUNCIA INTERNAUTAS
Em 28 de outubro do ano passado, o ministro das Comunicações, Fábio Fabia, denunciou em suas redes sociais ameaças de morte contra o presidente. Na época muitos internautas reclamavam do fato de Bolsonaro não querer comprar a vacina contra o Coronavírus que fosse oriunda da China.
A expressão “facada mal dada do c***” chegou a ficar nos trending topics do dia e o ministro compartilhou um tweet em especial, denunciando como apologia ao crime.

Fabio Faria expõe e denuncia ameaça a Bolsonaro
Fabio Faria expõe e denuncia ameaça a Bolsonaro Foto: Reprodução

CABEÇA DECAPITADA
Em setembro do ano passado, a deputada federal Bia Kicis usou suas redes sociais para denunciar a obra do artista Marcello Tamaro. Ele havia criado uma cabeça degolada do presidente Jair Bolsonaro.

O coletivo artístico e ativista Indecline postou vídeo em que a tal escultura era usada como bola de futebol. A iniciativa fez parte do projeto “Freedom Kick” (Chute da Liberdade, na tradução).

– Absurdo! Isso não é arte, é atentado contra a vida do presidente da República. Depois querem nos acusar de “discurso de ódio” – publicou a deputada.

"Obra de arte" mostra a cabeça decepada de Bolsonaro

“Obra de arte” mostra a cabeça decepada de Bolsonaro

CABEÇA DECAPITADA II
Em dezembro de 2020, foi a vez do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) fazer uma denúncia acerca de outra ocorrência com a “cabeça decapitada” do presidente. Na imagem, a drag queen Tchaka aparece segurando o objeto de ódio.

Após a denúncia, a foto foi encaminhada por promotores, que apontaram uma potencial infração à Lei de Segurança Nacional e está sob análise da Justiça Federal.

Em entrevista à Folha de São Paulo, Tchaka definiu a obra como um “protesto feito com governantes extremistas do mundo”, no qual também inclui Donald Trump e Vladimir Putin.

Foto de Bolsonaro decapitado foi classificada como crime Foto: Reprodução

CABEÇA DACAPITADA III
Em 19 de janeiro deste ano, o deputado estadual Coronel Sandro (PSL-MG) decidiu processar a professora Rita Velloso, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), após a docente fazer publicações na internet incitando a morte do presidente Jair Bolsonaro, utilizando a imagem da cabeça decapitada.

O parlamentar detalhou que a professora seria enquadrada em dois crimes. O primeiro, previsto no artigo 26 da Lei de Segurança Nacional, trata sobre “caluniar ou difamar o presidente da República, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação”, cuja pena é reclusão de um a quatro anos.

Postagem de professora da UFMG pedia morte de Bolsonaro Foto: Reprodução


MARIA FLOR

Em fevereiro, a atriz Maria Flor publicou, em seu canal no Youtube, um vídeo no qual ela culpa o presidente Jair Bolsonaro por não haver Carnaval em 2021. Esse caso não se trata de uma ameaça de morte, mas de ofensas e palavras de baixo calão direcionadas a um chefe de Estado.

– Todo mundo sabe de quem é a culpa por não ter Carnaval. É do infeliz do Bolsonaro. Se lá, em julho de 2020, tivesse organizado essas vacinas, agora tinha Carnaval. Se tivesse organizado, agora todo mundo estaria “trepando”. Esse homem quer acabar com o Carnaval, quer acabar com o sexo, e ninguém mais “trepa” […] Eu ia estar toda suja, toda lambuzada de cerveja, com xixi e “gozo” de alguém. Uma “lambeção”. E só p*****a, p*****a gente. É disso que o Brasil precisa: p*****a” – bradou a atriz. A postura da atriz foi duramente criticada pelo deputado Carlos Jordy e por Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares.

>Em abril do ano passado, a atriz já havia se manifestado de maneira “calorosa” contra o presidente, ao dizer em vídeo que “queria só poder pegar o Bolsonaro e esfregar a cara dele no asfalto quente”.

CIRO GOMES E MARCELO FREIXO

Ação envolvendo Freixo e Ciro foi encaminhada a Moraes Foto: Reprodução

Ambos foram denunciados pelo vereador Nikolas Ferreira (PRTB-MG), no último dia 22 de fevereiro, que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime pedindo a prisão dos políticos.

Nikolas usou como base a Lei de Segurança Nacional, a mesma que foi utilizada pelo ministro Alexandre de Moraes para prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).

Ciro Gomes, durante uma transmissão ao vivo, prometeu dar a Bolsonaro “o destino que teve Mussolini”. O ditador italiano foi morto na noite de 28 de abril de 1945, e, na manhã seguinte, foi deixado junto a uma pilha de corpos, onde foi desfigurado, além de ser colocado de cabeça para baixo em uma viga metálica.

– Se ele tentar um golpe, nós daremos a ele o destino que teve Mussolini. Eu, Ciro Gomes, assumo, como palavra de honra, que estarei na luta de um ou de dez ou de mil para dar a ele o destino de Mussolini – disse.

Já Marcelo Freixo postou no dia 15 de janeiro escreveu em seu Twitter a expressão: “É impeachment ou morte”. O parlamentar do PSOL apagou a publicação.

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