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“A esquerda tem o desafio de abrir um canal com a igreja”

Haddad acredita que o mundo está sendo afetado de forma importante por uma "pauta regressiva"

Pleno.News - 26/11/2018 16h06 | atualizado em 26/11/2018 16h48

Fernando Haddad credita derrota nas urnas aos evangélicos Foto: Reprodução/Twitter

Denunciado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público, o petista Fernando Haddad afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo, desta segunda-feira (26), que a atuação dos evangélicos nessas eleições foi responsável por sua derrota no segundo turno. Haddad enxerga que abrir um canal com a igreja é o maior desafio da esquerda no país.

– Há estudos mostrando que, se eu tivesse no mundo evangélico o mesmo percentual de votos que tive no mundo não evangélico, eu teria ganho a eleição. A pauta regressiva afeta esse mundo de forma importante. Há um fenômeno evangélico sobre o qual temos que nos debruçar. Não podemos dar de barato que essas pessoas estão perdidas. Assim como no final da ditadura foi possível abrir um canal de diálogo com a Igreja Católica, a esquerda tem agora o desafio de abrir um canal com a igreja evangélica, respeitando suas crenças – afirma o ex-prefeito de São Paulo.

Questionado sobre o governo de Jair Bolsonaro, ele diz que o presidente eleito é mais regressivo que Donald Trump. Haddad acredita que a eleição do candidato do PSL é uma indicação do crescimento do autoritarismo dentro das instituições democráticas.

– Ditadura e democracia eram conceitos bem definidos. Os golpes se davam de fora da democracia contra ela. Hoje, o viés antidemocrático pode se manifestar por dentro das instituições. O projeto Escola Sem Partido é um projeto autoritário que está nascendo dentro da democracia. Quando um presidente eleito vem a público num vídeo dizer que os estudantes brasileiros têm que filmar os seus professores e denunciá-los, você está em uma democracia ou em uma ditadura?

Em relação a essa crescente evolução da direita, Haddad frisa que Lula seria a melhor resposta da esquerda contra o movimento. O candidato do PT define como difícil o momento do ex-presidente acusado de receber propina para intermediar negociações com a Guiné Equatorial.

– O Lula pós-eleição está num momento mais difícil. Mas a capacidade de regeneração dele é grande. Já superou um câncer, a perda da esposa, a privação de liberdade. O Lula tem um significado histórico profundo. Saiu das entranhas da pobreza, chegou à Presidência e deixou o maior legado reconhecido nesse país. Ele teria força para conter essa onda.

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