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PF conclui em inquérito que a Anvisa sofreu crime de ameaça

O autor da ameaça, no entanto, não será indiciado

Monique Mello - 21/12/2021 11h29 | atualizado em 21/12/2021 12h17

Fachada do edifício sede da Anvisa Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

A Polícia Federal concluiu, em seu primeiro inquérito, que houve crime de ameaça contra servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) durante o processo de aprovação da vacina para crianças na faixa etária entre 5 a 11 anos.

O inquérito foi aberto em outubro, quando o ocorreu o caso. Cinco diretores da agência receberam um e-mail do paranaense Douglas Bozza, dizendo que mataria quem “atentasse contra a vida” do filho dele. A informação foi divulgada pela coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.

– Por identificar uma ameaça contra a saúde e integridade do meu filho nestas vacinas experimentais, sejam o que forem (sic), estou tomando a difícil atitude de retirá-lo do ambiente escolar […] Deixando bem claro para os responsáveis de cima para baixo: quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho, será morto – dizia o texto.

Todos os diretores que receberam a mensagem relataram à Polícia Federal que o e-mail os deixou em situação de vulnerabilidade.

O autor do e-mail disse que havia provas de que “as vacinas são uma ameaça para as crianças” e que tinha o objetivo de fazer “um pouquinho de terrorismo” com os técnicos da Anvisa.

Em sua defesa, o paranaense também disse que teria tomado a atitude de ameaçar os diretores da Anvisa, porque teria enviado um e-mail ao órgão, pedindo alguns esclarecimentos e teria sido ignorado.

Na conclusão do inquérito, divulgada pela coluna Painel, o delegado responsável afirma que ficou claro que o e-mail seria mais do que uma ameaça e que “ocasionou considerável temor nas vítimas”.

– Tal ameaça se torna ainda mais preocupante para as vítimas em virtude do atual momento pandêmico que o país atravessa, aliado à polarização político-ideológica que se espraia no terreno das ciências, tornando simples factoides em verdades absolutas a serem defendidas com o próprio sangue, se for entendido como necessário – afirmou.

O acusado, contudo, não foi indiciado por se tratar de crime com menor potencial ofensivo.

Nesta segunda-feira (20), um novo pedido de servidores da Anvisa acarretou na abertura de uma nova investigação da PF.

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