Jade Nunes - 02/04/2019 13h34

Pesquisadores que estavam em um avião captaram uma cena rara: um grupo de 40 cachalotes (Physeter macrocephalus) a mais de 300 quilômetros das praias do litoral de São Paulo. Os profissionais fizeram o flagra durante monitoramento na área de exploração de petróleo do pré-sal.

Esses animais são mamíferos aquáticos e podem ter 18 metros de comprimento e pesar até 57 toneladas. Apesar do tamanho, não são baleias.

A espécie pode ser vista em todos os oceanos e está classificada como vulnerável à extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês).

– Em termos de registro, é raro. Estamos, justamente, estudando o comportamento delas, já que estão geralmente concentradas no talude [região de declive] da plataforma continental [porção mais rasa, de até 200 metros de profundidade], mais na região sul – esclareceu ao portal G1 o biólogo José Olímpio da Silva Junior, coordenador da Socioambiental, que realiza a pesquisa a pedido da Petrobras.

A Petrobras é obrigada por lei a avaliar eventuais impactos da extração do petróleo. Os registros das cachalotes ocorreram durante a 8ª Campanha de Avistagem Aérea do Projeto de Monitoramento de Cetáceos (PMC), realizada no primeiro trimestre de 2019.

Segundo Olímpio, as cachalotes se diferem das baleias por terem dentes, por isso são classificadas como grandes cetáceos. A espécie ficou conhecida ao ser descrita no clássico romance Moby Dick, de Hermann Melville, que conta a história do ataque a uma embarcação baleeira e o naufrágio que deixou 20 tripulantes à deriva.

Outra característica é que elas se alimentam de peixes e lulas e o seu predador natural é a orca. A principal ameaça a ela, porém, é a captura acidental em redes de pesca e a colisão com grandes embarcações em alto-mar. A caça a esses animais aconteceu até a segunda metade do século 20.

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