Palocci: ‘Lula tinha disponível R$ 300 milhões da Odebrecht’
Ex-ministro nos governos do PT deu depoimento ao juiz federal Sergio Moro
Henrique Gimenes - 06/09/2017 21h10 | atualizado em 08/09/2017 15h48
Em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira (6), o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, afirmou que havia um “pacto de sangue” entre a Odebrecht e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Palocci, a empresa havia se comprometido a deixar disponíveis R$ 300 milhões em propina para Lula, que sabia que o dinheiro era “sujo”.
O ex-ministro prestou depoimento ao juiz em inquérito que apura pagamento da Odebrecht de R$ 12 milhões ao ex-presidente feito pela compra de um apartamento e na compra de um imóvel para a nova sede do Instituto Lula.
No depoimento, Palocci ainda fez outras afirmações sobre as relações com a Odebrecht.
- O “pacto de sangue” envolvia a compra e reforma de um sítio, um museu, palestras pagas pela empresa no valor de R$ 200 mil cada e uma conta com R$ 300 milhões de origem “suja” disponíveis ao ex-presidente e ao PT. O acordo teria sido um pedido de Emílio Odebrecht.
- Pagamento de R$ 4 milhões ao Instituto Lula, que seriam utilizados para pagamento de dívidas
- Propinas pagas pela Odebrecht a diversos agentes públicos em forma de doação oficial ou benefícios pessoais
- O ex-ministro e Lula tentaram atrapalhar os trabalhos da operação Lava Jato
Em resposta, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que o depoimento de Antonio Palocci “, é contraditório com outros depoimentos e provas apresentadas” e “visa um acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato”. A nota também diz que “o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirma que jamais cometeu qualquer ilícito nem antes, nem durante, nem depois de exercer dois mandatos de presidente da República eleito pela população brasileira”.