Padre investigado pelo 8/1 teve celular vasculhado pela PF
Até conversas com fiéis e outros sacerdotes foram analisadas, desrespeitando o sigilo sacerdotal
Leiliane Lopes - 08/11/2024 15h07 | atualizado em 08/11/2024 16h26
A ação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos do 8 de janeiro de 2023 fez com que o padre José Eduardo de Oliveira Silva fosse obrigado a depor na Polícia Federal (PF). O religioso é acusado de participar de um “núcleo jurídico” que atuava na elaboração de minutas de decreto para o suposto golpe de Estado. O padre nega.
O advogado do padre José Eduardo, Miguel Vidigal, declarou ao jornal Gazeta do Povo que seu cliente foi ouvido pela PF e que tudo transcorreu dentro do esperado. Mas, o padre teve seu celular vasculhado pelos agentes, incluindo as conversas do religioso com fiéis e sacerdotes que o procuram para direção espiritual.
– Como já se temia desde o momento em que soube que as investigações quebrariam a senha de seu celular, ficou patente que a Polícia Federal, não tendo encontrado qualquer matéria que pudesse ligá-lo ao quanto investigado, passou a vascular conversas do sacerdote com fiéis e religiosos que fazem direção espiritual com ele, selecionando frases tiradas de contexto, que nada tinham a ver com a investigação, em mensagens que estão protegidas pelo sigilo sacerdotal – afirmou o advogado.
Além disso, a defesa do religioso solicitou a cópia do depoimento, que é direito, mas foi negado. Segundo a delegada que atendeu o padre, a não entrega da cópia do depoimento partiu de uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
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