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Padre é condenado por chamar médico abortista de assassino

Luiz Carlos Lodi da Cruz é presidente da Associação Pró-Vida de Anápolis

Monique Mello - 21/03/2023 14h23 | atualizado em 21/03/2023 15h44

Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados

O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, da Diocese de Anápolis, no interior de Goiás, foi condenado a indenizar um médico em R$ 10 mil por danos morais, após chamá-lo de assassino em publicação nas redes sociais. A decisão foi do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

O padre utilizou o Facebook da Associação Pró-Vida, da qual ele é presidente, para criticar um médico que realizou um aborto em uma menina de 10 anos que havia sido estuprada. No texto, o líder religioso disse que o médico “matava criancinhas”.

– Tinha 22 semanas e quatro dias de vida [quase seis meses] e estava no útero da menina quando foi cruelmente assassinada (…). O assassínio começou às 17 horas de domingo (16/08/2020) e só terminou às 10 horas de segunda-feira. Sem nome, sem registro civil, sem batismo, a filhinha de [inicial da criança] foi tratada como lixo hospitalar, material biológico descartado. O autor deste segundo crime, o médico [nome do médico], está em liberdade – escreveu.

O aborto foi autorizado pela Justiça e realizado em 2010, em um hospital de referência em Recife, Pernambuco. Um homem, que tinha 33 anos à época, tio da garota, foi preso e condenado pelo crime de estupro.

– Apesar da liberdade de expressão, não se pode imputar a uma outra pessoa comentários ofensivos que abalem sua imagem pessoal e profissional baseados em temas polêmicos que inclusive dividem opiniões – escreveu o juiz Adriano Mariano de Oliveira, da 23ª Vara Cível da Capital, na sentença.

Na mesma publicação, o padre escreveu que não era a primeira vez que o médico “matava criancinhas”, pois o mesmo já havia feito um aborto no mesmo hospital, em 2009, em uma menina de 9 anos, também vítima de estupro.

A Diocese de Anápolis se manifestou por meio de nota se abstendo do caso, dizendo que as ações do padre “são de cunho individual”.

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