Óleo no Nordeste pode ser da Venezuela, aponta Petrobras
Análises da estatal apontaram país vizinho como origem das manchas
Paulo Moura - 08/10/2019 07h27 | atualizado em 08/10/2019 07h29

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta segunda-feira (7) que o governo já tem “no radar” um país de onde poder ter partido o óleo que atinge as praias do Nordeste brasileiro desde o início de setembro.
– É complexo, existe a possibilidade, temos no radar um país que pode ser da origem do petróleo, e continuamos trabalhando da melhor maneira possível para dar uma, não só uma satisfação à sociedade, bem como colaborar na questão ambiental – disse o presidente ao deixar o Ministério da Defesa.
Questionado sobre qual seria o país, o presidente pediu desculpas e disse que não poderia revelá-lo. Mas, segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo, análises feitas pela Petrobras apontaram a Venezuela como provável origem do petróleo. A estatal realizou uma série de testes bioquímicos em amostras coletadas nas praias. Oficialmente, a instituição afirmou apenas que não era óleo produzido no Brasil.
Em relatório sigiloso ao Ibama, porém, a estatal enviou resultado de análise comparativa com o petróleo venezuelano, que tem características diferentes das encontradas no brasileiro. A conclusão reforça a suspeita de que o óleo que chegou às praias do Nordeste tenha vazado de algum navio.
A declaração feita pelo presidente reforça um diagnóstico divulgado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no fim de setembro, quando o órgão informou que o óleo não era brasileiro. O presidente não descartou ainda a possibilidade de que o Brasil peça indenização caso seja detectada a origem do óleo, mas disse que isso está sendo tratado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
– Logicamente, aí entra nessa legislação ambiental, que o ministro do Meio Ambiente, que está agora na região, está voando para cá, ele poderá informar melhor vocês sobre isso – afirmou.
Bolsonaro disse que a causa do vazamento não é conhecida, deixando em aberto a possibilidade de ser algo criminoso ou acidental.
*Folhapress
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