O que se sabe até agora sobre os incêndios na Amazônia
Veja o que de fato está acontecendo nas matas brasileiras
Gabriela Doria - 23/08/2019 16h26 | atualizado em 23/08/2019 16h42
Nos últimos dias, o Brasil virou capa de jornal ao redor do mundo por causa das queimadas e dos altos índices de desmatamento na floresta Amazônica. Desde então, personalidades como o presidente francês Emmanuel Macron, a cantora Madonna, e até atletas como Cristiano Ronaldo, se manifestaram sobre o tema e pediram providências para preservar o que consideram o “pulmão do mundo”.
No entanto, nem todas as informações e imagens que circulam sobre o tema são verdadeiras, a exemplo da foto publicada por Macron, tirada por um fotógrafo que morreu em 2003, para ilustrar o incêndio florestal que ocorre atualmente.
Pensando nisso, o Pleno.News esclarece nos tópicos abaixo o que está realmente acontecendo na região da Amazônia.
COMO OS INCÊNDIOS COMEÇARAM?
Não é novidade que ano após ano a Amazônia registra focos de incêndio causados pela falta de chuva e pela baixa umidade, principalmente nos meses entre julho e setembro. A combinação transforma a vegetação em combustível. No entanto, o problema ganhou grande repercussão porque trata-se do pior incêndio florestal registrado nos últimos sete anos.
E isto deve-se, em grande parte, às consequências do desmatamento e das queimadas florestais com o intuito de transformar o solo em pasto ou em área para plantio. A técnica para a exploração do solo já é antiga e é utilizada em grande escala na Amazônia Legal e Cerrado.
ONDE ESTÃO AS QUEIMADAS?
Os focos de incêndio estão localizados nos estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas. O Acre declarou estado de alerta ambiental e o Amazonas já decretou estado de emergência em Manaus por causa da fumaça.
A fumaça produzida pelo incêndio foi registrada por um satélite da Nasa. De acordo com a agência espacial norte-americana, formou-se um corredor de fumaça que desce pelo país e encobre estados do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul do Brasil. Países vizinhos também estão sendo afetados: Argentina, Uruguai, Peru e Bolívia.
DIA VIROU NOITE EM SÃO PAULO
Uma das consequências da “onda de fumaça” foi percebida pelos paulistanos. Às 15h da última segunda-feira (19), o céu da capital paulista escureceu e assustou os moradores. Uma das razões para o fenômeno seria a fumaça decorrente das queimada florestais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisa e Estatística (Inpe) descartaram a possibilidade.
O QUE DIZ A NASA
De acordo com a Nasa, os incêndios florestais são comuns nesta região, no entanto chama a atenção pela dimensão das queimadas. Apesar disso, a agência afirma que, de forma geral, as queimadas estão dentro da média dos últimos 15 anos.
– Embora a atividade pareça estar acima da média nos estados do Amazonas e Rondônia, até agora tem aparecido abaixo da média em Mato Grosso e Pará – disse a agência em nota.
O QUE DIZ O GOVERNO
O presidente Jair Bolsonaro deverá anunciar o deslocamento do Exército para que auxiliem no combate às chamas. O trabalho será iniciado após a assinatura da Garantia de Lei e da Ordem (GLO).
Pressionado pela comunidade internacional, Bolsonaro também rebateu e reforçou a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Já o ministro da Casa Civil, Onyz Lorenzoni, afirmou que as críticas de líderes internacionais servem para criar “barreiras ao crescimento e ao comércio de bens e serviços do Brasil”.
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