No Parlamento Europeu, Brasil pede mais vacinas da Covax
O pedido foi feito pelo embaixador do Brasil na União Europeia
Pleno.News - 15/04/2021 15h14 | atualizado em 15/04/2021 15h23
O embaixador do Brasil na União Europeia (UE), Marcos Galvão, pediu nesta quinta-feira (15) ao Parlamento Europeu que seja destinada de forma rápida uma maior quantidade de vacinas para o Brasil, particularmente as fornecidas pela iniciativa internacional Covax, devido aos trágicos números de contágios e mortes por Covid-19 no país, nos últimos meses.
Em reunião com a delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Brasil, Galvão ressaltou que mais de 360 mil pessoas morreram no país desde o início da pandemia e que março foi o pior mês de toda a crise sanitária, com quase 67 mil óbitos.
– O sistema de saúde está funcionando em capacidade máxima – enfatizou o embaixador.
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Socorro Gross, pediu uma revisão dos critérios de distribuição das vacinas pela Covax na América do Sul, alegando que um número maior deveria ser repassado aos países mais afetados pela pandemia, como o Brasil.
Gross argumentou que o Brasil tem a capacidade de vacinar 2,4 milhões de pessoas por dia, contudo mais vacinas são necessárias para seguir em frente e “salvar vidas”.
Veronique Lorenzo, chefe do departamento do Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE) para a América do Sul, declarou que as diretrizes da Covax no Brasil podem ser revisadas, de modo a introduzir critérios de risco sanitário, o que “poderia ser uma medida temporária para dar ao Brasil o potencial para produzir e exportar vacinas no futuro”.
O consórcio Covax é uma iniciativa que reúne cerca de 150 países e visa assegurar uma distribuição equilibrada de vacinas em todo o mundo. O Brasil reservou 42 milhões de doses por este mecanismo, mas ainda não recebeu nenhuma.
Durante a reunião, a coordenadora da ONG de direitos humanos Conectas, Camila Asano, criticou o ritmo da vacinação no Brasil e lembrou que “menos de 4% da população recebeu a segunda dose” de alguma das vacinas.
Asano afirmou que no Brasil houve “mortes que poderiam ter sido evitadas”, por considerar que, na gestão da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro, houve medidas que “não protegeram a população, mas aumentaram a velocidade de propagação do vírus”.
Galvão respondeu que o governo federal respondeu à crise com programas assistenciais a pessoas e empresas, mas reiterou que “a prioridade humanitária, sanitária e econômica são as vacinas, as vacinas e as vacinas”.
De acordo com dados divulgados pelo embaixador, até agora foram administradas no Brasil 31,7 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.
* EFE
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