Na falta de kit intubação, Rio usa sedativos de clínica veterinária
Secretário municipal de Saúde afirmou que remédios são os mesmos utilizados em seres humanos
Thamirys Andrade - 16/04/2021 17h37 | atualizado em 16/04/2021 17h52

O desabastecimento do chamado “kit intubação” em unidades de Saúde do Rio fez com a Prefeitura recorresse a anestésicos e neurobloqueadores de hospitais veterinários da rede municipal. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz os medicamentos são os mesmos utilizados em seres humanos.
– Todas as cirurgias eletivas estão suspensas na cidade do Rio e isso inclui as cirurgias nos centros de veterinária. Então não faz sentido continuarmos consumindo itens essenciais para intubação, para saúde humana, nas unidades veterinárias. Estamos usando todo esse material que é relativo a sedativos e a bloqueadores neuromusculares em unidades que têm um alto atendimento de pessoas com Covid ou outras doenças em que é necessária a intubação – informou.
Mesmo remanejando os medicamentos, a previsão é de que só haverá abastecimento suficiente para os próximos três dias.
– Todos os hospitais (municipais, estaduais e federais) têm um abastecimento para três dias e a gente tem remanejado para toda a rede, para que não falte em nenhuma unidade, e para que a gente consiga manter um equilíbrio neste fornecimento. Toda a rede SUS e a rede privada estão contribuindo para a manutenção destes insumos, que são estratégicos. Por isso, o Ministério da Saúde centralizou esta compra e tem distribuído por meio do governo do estado, que é responsável por esta logística – explicou.
O problema atinge não apenas o Rio de Janeiro, mas todo o Brasil. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que 975 cidades do país temem falta de remédios para intubar pacientes.
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