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MST mantém ocupações, mesmo com “exigências” atendidas

Governo federal trocou a chefia do Incra

Pleno.News - 20/04/2023 13h27 | atualizado em 20/04/2023 14h11

Bandeiras do MST Foto: Joédson Alves/(EPA) EFE/EFEVISUAL

Mesmo após o governo atender às exigências do movimento e nomear seus apoiados para cargos de chefia no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) mantém áreas invadidas em Pernambuco e no Espírito Santo nesta quinta-feira (20).

Na noite desta quarta (19), o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, voltou a apelar para que o movimento desocupe as áreas de pesquisa da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), invadidas desde o último domingo (16), e da Suzano, em Aracruz (ES), tomadas na última segunda (17).

Em vídeo divulgado em sua rede social, Teixeira disse que ele e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, receberam os dirigentes nacionais do MST.

– Eles também se comprometeram conosco de se retirarem da área da Embrapa ocupada no estado do Pernambuco, e também da área ocupada da empresa Suzano no Espírito Santo. Assim, nós vamos manter o diálogo na direção da implementação dessa agenda importante para o Brasil, que é a reforma agrária.

No dia em que a Embrapa foi invadida, o ministro Teixeira já havia recebido o MST e colocado como condição para o diálogo a desocupação das áreas e o fim das invasões.

O MST invadiu dez áreas desde 3 de abril, nove em Pernambuco e uma no Espírito Santo – as terras da Suzano. O MDA nomeou mais sete superintendentes regionais para o Incra, colocando nos cargos nomes apoiados pelo MST. Outras nomeações já haviam sido feitas: no total, o governo mudou as chefias do Incra em 19 estados.

Ainda não sofreram alterações as superintendências de Minas Gerais, Alagoas, Amazonas, Tocantins, Rondônia e Roraima, além do Distrito Federal. O MST quer a troca do superintendente de Alagoas, César Lira, que é primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).

Também reivindica a saída de Fábio Muniz, superintendente do Amapá, apadrinhado do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e de Batmasterson Schimdt, superintendente interino em Minas. Os três vieram da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na manhã desta quinta (20), pelo menos seis áreas invadidas pelo MST no Abril Vermelho continuavam ocupadas; inclusive, as terras citadas pelo ministro, segundo informações do próprio movimento. No caso da Suzano, a Justiça concedeu liminar para a retirada dos sem-terra na segunda. O cumprimento da reintegração de posse estava previsto para as 16 horas de quarta, mas ainda não aconteceu.

O MST chegou a divulgar nota cobrando uma intervenção do governo do Espírito Santo para evitar o despejo. Em Pernambuco, a Embrapa informou ter saído nesta quarta a decisão da Justiça determinando a reintegração da área invadida pelo MST no prazo de 48 horas.

Na manhã desta quinta, um oficial de justiça realizou a intimação das lideranças para que a saída ocorresse imediatamente.

– A Embrapa espera que a situação se resolva de forma tranquila, sem resistência do movimento. A expectativa é que a área já esteja liberada a partir deste sábado (22), para que os trabalhos da Embrapa possam ser retomados no local o mais rápido possível – disse.

A assessoria de imprensa do MST informou que, em relação às áreas da Suzano, está prevista uma reunião em Vitória, capital do Espírito Santo, entre representantes do governo e as famílias acampadas.

– Está prevista uma reintegração de posse que pode ocorrer hoje [quinta] – informou.

*AE

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