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MPF processa vereador que fez discurso contra baianos

Órgão pede R$ 250 mil de indenização por danos morais

Leiliane Lopes - 05/03/2023 16h41 | atualizado em 06/03/2023 13h30

Sandro Fantinel Foto: Bianca Prezzi/Câmara Caxias

O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação contra o vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel (Sem Partido). O vereador fez um discurso considerado xenofóbico contra trabalhadores baianos encontrados em condições semelhantes à escravidão trabalhando em vinícolas da Serra Gaúcha.

O MPF pede o pagamento de danos morais coletivos de, no mínimo, R$ 250 mil e que esse valor seja destinado a projetos e campanhas contra o trabalho escravo e a xenofobia ou a iniciativas em Caxias do Sul que promovam a cultura baiana.

Para o órgão, a fala do político foi um discurso “odioso, preconceituoso e de caráter xenofóbico e discriminatório em relação à origem geográfica, em especial a população que nasceu ou vive no estado da Bahia”.

O procurador da República Fabiano de Moraes disse ainda que o parlamentar colocou as vítimas como culpadas da situação em que se encontravam.

– Além de agredir os escravizados, o réu menosprezou e discriminou o povo e a cultura da Bahia ao dar a entender que os baianos não são trabalhadores, nem corretos, nem limpos, nem organizados – diz nota do MPF.

RELEMBRE O CASO
O vereador Sandro Fantinel discursou no plenário da Câmara de Caxias do Sul, no dia 28 de fevereiro, comentando a situação de mais de 200 funcionários que foram resgatados de um alojamento em Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, que trabalhavam para vinícolas locais.

O vereador falou para os donos de vinícolas, dizendo para que eles não contratem mais baianos, mas sim argentinos.

– Todos os agricultores que têm argentinos trabalhando, hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam. Em nenhum lugar do estado, na agricultura, teve um problema com argentinos. Agora, com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Deixem de lado aquele povo que é acostumado com carnaval e festa para vocês não se incomodarem novamente. Que isso sirva de lição – disse o político que foi desligado do Patriotas após essa fala.

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