MPF pede nova prisão do ex-presidente Michel Temer
Pedido havia sido negado em primeira instância, mas órgão decidiu recorrer
Henrique Gimenes - 07/05/2019 16h38 | atualizado em 07/05/2019 16h42

Nesta segunda-feira (6), o Ministério Público Federal (MPF) voltou a pedir a prisão do ex-presidente Michel Temer e do coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho. O pedido é referente à edição de um decreto que alterou regras do setor de portos.
Em abril, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal (DF), já havia rejeitado um pedido de prisão preventiva contra Temer no mesmo inquérito. A nova solicitação será analisada pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1).
Para o MP, há indícios de que Temer teria cometido crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro na edição do decreto. A empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos, teria sido a beneficiada.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou a denúncia ao Supremo Tribunal Federal em dezembro de 2018. Com o fim do mandato e do foro privilegiado, a denúncia foi enviada para a Justiça Federal do Distrito Federal.
Junto com Michel Temer, também foram denunciados o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), o policial aposentado João Baptista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, o sócio do coronel, Carlos Alberto Costa, e os empresários Antônio Grecco e Ricardo Mesquita, da empresa Rodrimar.
DECRETO DOS PORTOS
Em 2017, o então presidente Michel Temer editou um decreto que estendia por até 70 anos a duração de dois contratos com empresas privadas do setor portuário. A empresa Rodrimar consta como uma das beneficiadas que realizaram pagamentos indevidos ao ex-presidente e demais indiciados.
Estima-se que, ao todo, foram pagos R$ 32,6 milhões em propinas.
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