Gabriela Doria - 02/10/2021 09h56 | atualizado em 02/10/2021 11h46

Um projeto do Ministério Público do Rio Grande do Sul já repassou quase mil celulares apreendidos com criminosos para estudantes da rede pública. A iniciativa, batizada de Projeto Alquimia II, visa reforçar o aprendizado de alunos de baixa renda em atividades remotas.

– É uma marca histórica. Quando nós iniciamos, nós imaginávamos que tínhamos condições de transformá-lo, de fazer com que fosse algo grandioso. Iniciamos esse projeto assim que verificamos que a pandemia não era algo passageiro. Começamos a verificar algumas campanhas nas escolas pedindo telefones celulares, mas que não estavam tendo muito sucesso. É um bem caro, e pra pessoa se desfazer é só mesmo quando ele não está mais funcionando – disse o promotor de Justiça de Osório, no Litoral Norte, Fernando Andrade Alves, ao portal G1.

Ainda de acordo com o promotor, os aparelhos não vêm só de apreensões em presídios.

– Ampliamos muito o projeto, ele não se resume hoje a celulares apreendidos em penitenciárias, porque nós vimos que o aproveitamento não era tão grande quanto imaginávamos. Passamos a pegar smartphones de outros procedimentos criminais, de processo de apreensão em flagrante, tráfico de drogas – cita.

A restauração dos aparelhos ocorre através de uma parceria com uma associação e uma loja da cidade de Osório.

– Identificamos que 75% dos alunos teriam acessado às plataformas, então havia por volta de 1/4 dos alunos que ainda não tinham acesso às atividades virtuais. Temos um retorno excelente, nenhum dos alunos que recebeu reprovou ano passado – comemorou o promotor.

Ainda de acordo com Fernando, o projeto continuará funcionando mesmo após o retorno total às aulas presenciais, uma vez que o aparelho continua sendo necessário para pesquisas e comunicação.

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