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Mourão: Eventual rejeição de militares a Lula é ‘desproposital’

Vice-presidente comentou sobre eventual vitória de Lula nas eleições

Gabriela Doria - 09/03/2022 16h26 | atualizado em 09/03/2022 17h05

Vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que Forças Armadas não tomam parte do processo eleitoral Foto: VPR/Romério Cunha

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse, em entrevista ao site Metrópoles, que vê como “totalmente desproposital” a possibilidade de setores das Forças Armadas não aceitarem uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste ano.

Segundo o general da reserva, desde o fim da ditadura militar, as Forças Armadas “não se meteram em nenhum processo eleitoral”. Mourão ainda lembrou que a relação entre os governos do PT e os militares aconteceram durante vários anos “sem problema nenhum”.

– Isso é algo totalmente desproposital. As Forças Armadas têm se mantido dentro dos limites dos deveres constitucionais dela, têm agido dessa forma ao longo de todo esse período, desde o término do período de presidentes militares. As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum – destacou Mourão.

“RELAÇÃO PROTOCOLAR”
Passados três anos de mandato como vice-presidente, o general Hamilton Mourão avaliou possuir apenas uma “relação protocolar” com o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro. Ele confessou ser improvável que seja escolhido para compor uma nova chapa com o presidente nas eleições deste ano.

– [Temos] Uma relação, vamos dizer assim: protocolar. Nossa relação é protocolar. Ele é presidente, eu sou vice-presidente. Procuro executar as tarefas que ele me dá, como essa tarefa que ele me deu de ir ao Chile [para a posse do novo presidente eleito, Gabriel Boric, nesta semana]. Ele tem meu apoio no projeto de reeleição dele, e eu também espero contar com o apoio dele no meu projeto de ser eleito senador – considerou o general.

Ao ser questionado se Bolsonaro chegou a dizer oficialmente que não o escolherá como companheiro de chapa, Mourão negou, mas disse que o posicionamento do líder do Planalto está “subentendido”.

– Ele nunca chegou, sentou comigo, como nós estamos conversando aqui, olho no olho e disse: não vai ser você, por isso, por isso, por isso. Subentendi pelas manifestações dele, por alguns comentários que ele me mandou algumas vezes pelo WhatsApp e, na última vez, quando vieram aqui o Ciro Nogueira e o Flávio Bolsonaro, para que eu me definisse se iria pelo Rio. Quando o cara vem me dizer que é para eu me definir se é pelo Rio, é porque eu estou fora do… A mensagem estava bem clara – resumiu.

Para ele, o presidente deverá escolher o ministro da Defesa, Braga Netto, como seu próximo vice. Na opinião de Mourão, caso sua previsão se concretize, o também general da reserva faria um trabalho ainda melhor que o dele.

– Ele [Braga Netto] já esteve aqui algumas vezes meio preocupado, por causa das, vamos dizer assim, notícias que são publicadas. De eu achar que ele estaria me passando a perna, alguma coisa do gênero. Eu disse para ele: olha, Braguinha, fica tranquilo aí, pô. Não esquenta a cabeça com isso. Quem o Bolsonaro escolher está bem escolhido. Segue o baile, pô – relatou.

Apesar do distanciamento com o presidente, Mourão garante que apoiará a reeleição de Bolsonaro e assegurou que o chefe do Executivo prometeu dar suporte à sua candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

– Falei, falei com ele. Ele disse que vai. Vai posar na foto. Está combinado isso aí – detalhou.

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