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Morre o fotojornalista Orlando Brito aos 72 anos, em Brasília

Veterano registrou 17 presidentes do Brasil

Pleno.News - 11/03/2022 15h16 | atualizado em 11/03/2022 15h52

Orlando Brito era um fotojornalista veterano Foto: Reprodução/TV Senado

O fotojornalista Orlando Brito morreu nesta sexta-feira (11), aos 72 anos, em razão de complicações decorrentes de uma cirurgia no intestino, no Hospital Regional de Taguatinga, em Brasília (DF). Brito estava internado desde 6 de fevereiro, tratando uma obstrução intestinal.

O fotógrafo nasceu em Janaúba (MG) em 1950 e começou sua carreira como laboratorista do Última Hora, em Brasília, por volta de 1965. Dois anos depois, ele se tornou fotógrafo no mesmo jornal. Desde então, seu currículo de editor e fotojornalista incluiu passagens pelo jornal O Globo, revista Veja – em dois períodos diferentes -, Jornal do Brasil e revista Caras. Em 2016, Brito passou a atuar de forma independente e abriu a agência de notícias ObritoNews, que manteve em atividade até a internação.

Referência do fotojornalismo no Brasil, especialmente na área política, Brito retratou presidentes e políticos desde o regime militar. Ele esteve presente e registrou 17 presidentes – iniciou com o general Humberto Castello Branco, em 1964, e foi até o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro.

– O Brito tinha uma grande preocupação como fotógrafo e como jornalista, absolutamente ligado aos fatos e as coisas. Tinha uma grande perspicácia para ver as coisas – disse Flávio Pinheiro, jornalista e diretor executivo do Instituto Moreira Salles de 2008 a 2020. Os dois trabalharam juntos em dois momentos: no Jornal do Brasil e na Veja.

Brito fotografou escondido o momento em que o plenário da Câmara foi fechado em 1977, aquele que viria a ser o último fechamento da Casa Legislativa durante o regime militar.

– Quando eu vi o plenário fechado, em silêncio, sem os microfones, me deu uma impressão terrível, aquela coisa sombria – disse em entrevista à TV Senado.

Para Flávio Pinheiro, Brito era um combatente, pois o “jornalismo é uma atividade de combate”.

– Tem um crítico que diz que a fotografia depende totalmente do observador. O Brito foi um dos mais singulares e extraordinários dos fotojornalistas do Brasil. Ele era um grande observador da vida de Brasília, do poder de Brasília. Ele acompanhava o dia a dia da cidade desde quando ele chegou, quando ainda estava em construção. O jornalismo é uma atividade de combate e o Brito era realmente um combatente – afirmou Flávio Pinheiro.

Brito foi o primeiro brasileiro a conquistar, em 1979, o World Press Photo Prize do Museu Van Gogh, uma das premiações mais cobiçadas do fotojornalismo. O primeiro lugar foi ocupado por sua sucessão de fotos sobre um exercício militar, intitulada Uma Missão Fatal. Na época, ele atuava no jornal O Globo. Conquistou também 11 vezes o Prêmio Abril de Fotografia.

Além da política, o fotojornalista ainda retratou temas e eventos variados como populações indígenas, Copas do Mundo e Olimpíadas. Separado, Brito deixa a filha Carolina e dois netos, Theo e Thomas.

*AE

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