Moraes usou TSE para levantar ficha de contratado, diz jornal
Pedidos de investigação de dados sigilosos foram feitos pelo segurança do ministro
Leiliane Lopes - 16/08/2024 15h13 | atualizado em 16/08/2024 19h35

Uma nova reportagem da Folha de S.Paulo mostra que o segurança do ministro Alexandre de Moraes, Wellington Macedo, utilizou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para levantar informações sobre um prestador de serviços que faria uma obra na casa do ministro.
A troca de conversas entre Macedo, que é policial militar, e o chefe da AEED, Eduardo Tagliaferro, mostra que o banco de dados da Polícia Civil de São Paulo foi utilizado para pesquisar informações sigilosas sobre o homem, como filiação, histórico criminal, endereço e telefone.
Os dados foram solicitados por Macedo para Tagliaferro em 24 de fevereiro de 2023 e as informações foram passadas por relatórios intitulados Consulta – Polícia Judiciária SP e Registro Civil. Em seguida, o chefe da AEED envia também cópias de boletim de ocorrência em nome da pessoa que fora contratada para reformar o apartamento de Moraes.
Nessa pesquisa, eles descobrem um suposto homicídio na ficha criminal, levanta-se a possibilidade de ser homônimo, e então, após novas buscas, eles encontram o processo e o cumprimento de pena pelo prestador de serviço.
– Excelente. Agora sim. Vou passar ao chefe – escreveu Macedo após ter todos os documentos solicitados.
As conversas reveladas pelo jornal mostram que o órgão criado para combater a desinformação era usado também para questões que envolvem a segurança de Moraes. Em outra reportagem, as conversas apontavam o uso do banco de dados da polícia paulista para investigar as pessoas que ameaçavam o ministro e seus familiares.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) conta com a Secretaria de Segurança que é o órgão responsável pela segurança pessoal de cada um dos 11 magistrados. São policiais judiciais que fazem o trabalho, mas quando é necessário, a segurança ganha reforço com agentes de segurança de outras corporações.
Assim, a assessoria especial do TSE não tem nenhuma ligação com a segurança pessoal de qualquer ministro. E, em casos de ameaças, estes devem ser repassados para a Polícia Federal ou para as corporações estaduais.
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