Mendonça debate com Cármen Lúcia sobre preconceito religioso
A ministra não reconhece que cristãos sofram preconceito no país
Leiliane Lopes - 24/11/2022 19h17 | atualizado em 25/11/2022 11h15
Nesta quinta-feira (24), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) discutiram sobre a Arguição de Descumprimento Fundamental (ADPF) 634 quando o tema intolerância religiosa foi colocado em pauta.
A ação em questão trata sobre o feriado pelo Dia da Consciência Negra estabelecido pela Cidade de São Paulo. A ação é uma autoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) que alega que não cabe ao município estabelecer o feriado.
Ao falar sobre assuntos ligados a discriminação, o tema de intolerância religiosa surgiu no debate. O ministro André Mendonça, disse que entendia a questão do preconceito, mas foi interrompido pela ministra Cármen Lúcia que resolveu dizer que não há preconceito contra os evangélicos no país.
Mendonça afirmou que há e a ministra reforçou que as religiões de matrizes africanas são as que mais sofrem com esse problema, não os evangélicos.
– Nós somos um só povo. Uma só raça, uma só nação. Somos todos a raça humana, brasileiros, e devemos estar imbuídos desse mesmo propósito de construção de igualdade para todos – pontuou Mendonça.
Mas Cármen Lúcia, relatora da ADPF, discordou:
– Nós mulheres, negros, indígenas, somos parte desse povo que não é um só. A Constituição garante a igualdade na forma, mas é uma construção permanente. Quando digo que sofremos discriminação, a gente sofre. Somos sim um povo com muitas desigualdades.
Sem permitir que Mendonça concluísse sua posição sobre o tema, ela reafirmou:
– Principalmente os de matrizes africanas, não são os evangélicos, não são os católicos. No Brasil, o preconceito é contra as religiões de matrizes africanas.
Leia também1 Brasil estreia na Copa com vitória de 2 a 0 sobre a Sérvia
2 Carla Zambelli participa de atos na frente do QG do Exército
3 Randolfe faz trocadilho com a Copa: "Jogo da PEC tá dominado"
4 PF prende 2 homens por ofensa a Alckmin e agentes de segurança
5 Hasselmann, que teve 13 mil votos, chama Onyx de derrotado