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Mangueira terá vilipêndio religioso no desfile de 2020

Escola de samba terá Maria Madalena LGBT

Gabriela Doria - 27/10/2019 21h14 | atualizado em 27/10/2019 21h59

Maria Madalena Anos 2000 Foto: Divulgação/Rafael Figueiredo

A escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira, cujo tema no desfile de 2020 será Jesus Cristo, levará para a Sapucaí uma representação de Maria Madalena vestida com um manto com as cores do arco-íris, em homenagem à comunidade LGBT. Além da prostituta, a agremiação promete uma Nossa Senhora coberta com uma bandeira do Brasil alterada com a frase “estado assassino” no lugar de “ordem e progresso”.

A intenção é associar Maria Madalena à diversidade sexual das minorias.

– No imaginário popular, Maria Madalena ficou muito associada ao pecado. Mas sua figura histórica é a da mulher oprimida que foi defendida por Cristo. Ela seria apedrejada, e Jesus disse: ‘quem não tem pecado que atire a primeira pedra’. Cristo sempre se colocou ao lado dos oprimidos, nunca dos opressores – disse o carnavalesco Leandro Vieira, responsável por idealizar o desfile.

Maria das Dores Brasil, representando Nossa Senhora Foto: Divulgação/Rafael Figueiredo

O uso deturpado de ícones religiosos é considerado por muitos um vilipêndio religioso. Isto acontece quando algo, ou alguém, desrespeita ou deturpa um objeto de culto ou até mesmo personagens religiosos com o fim de agredir e menosprezar a fé alheia.

Em 2020, a Mangueira, entoará na avenida o enredo “A verdade vos fará livre”, em alusão à Bíblia. O objetivo da alegoria é mostrar, na opinião da agremiação, como Jesus viveria nos tempos atuais. Na ideia do carnavalesco, trata-se de um Cristo no sentido político e não no religioso.

O objetivo é incluir Jesus Cristo nas minorias que existem atualmente, sobretudo aos pobres periféricos, vítimas da violência urbana. A Nossa Senhora que carrega a bandeira estilizada será chamada de Maria das Dores Brasil, representando a mãe de Cristo e todas as mães que perdem seus filhos para a violência.

Em 2017, Leandro Vieira já havia levado o tema da fé para avenida. Foi dele a ideia de representar um tripé com Jesus Cristo crucificado ao lado de Oxalá, divindade dos adeptos da Umbanda e do Candomblé.

Neste ano, a Mangueira ficou em quarto lugar na disputa. A pedido da Arquidiocese do Rio, a alegoria não retornou para o Desfile das Campeãs.

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