Mais perdido do que cego em tiroteio, diz Malafaia de Freixo
Pastor criticou ideia do deputado federal de se aproximar dos evangélicos
Camille Dornelles - 14/11/2018 12h30 | atualizado em 14/11/2018 12h35

O pastor Silas Malafaia deu uma entrevista à Revista Época, divulgada nesta terça-feira (13), na qual critica categoricamente o deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL). À publicação, ele falou que as igrejas evangélicas não são majoritariamente progressistas e que o PSOL estaria implantando uma “luta de classe entre os evangélicos”.
– Tem que rir desse cara. Continue assim, Freixo. É isso que a gente quer, que você continue pensando que vai ganhar alguma coisa provocando algum debate no meio evangélico. Coitado, está mais perdido que cego em tiroteio – debochou.
Malafaia também se referiu às afirmações de Freixo sobre aproximação com essa classe através de lideranças “progressistas”.
– É minoritário, do minoritário do minoritário. Não representa 1% dos evangélicos. Vai no máximo encontrar algum zé bobão falando a linguagem comunista deles. Nós nunca vamos andar juntos, é uma questão de ideologia. Eles são contra os princípios cristãos – rebateu Malafaia.
AFIRMAÇÕES DE MARCELO FREIXO
Nesta terça-feira, Marcelo Freixo concedeu uma entrevista à coluna do jornalista Thiago Prado, da Época. Nela, o psolista disse que era preciso encontrar “lideranças progressistas no meio evangélico para debater outros temas” porque “o evangélico não é necessariamente reacionário”.
– Não tem como ter um projeto popular se não envolvermos os evangélicos. Eles já são 30% da nossa sociedade. É preciso fazer uma reflexão importante. Nos anos 80, três pilares ajudaram a construir o PT. Sindicatos, universidades e um setor progressista na igreja muito forte que formava a Teologia da Libertação. Hoje, as universidades se fecharam e vivem crise de identidade. Os sindicatos estão mais frágeis com a precarização do trabalho, nem greve no setor privado existe mais. O setor evangélico foi crescendo com uma pauta de costumes muito diferente da teologia da libertação e se consolidou. A esquerda criou uma pauta identitária importante para setores como gays e mulheres, mas sem voz em setores populares – declarou Freixo.
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