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Mãe de Miguel a Sarí: “Não faria com filho de uma amiga”

Mirtes disse que perdoar a ex-patroa seria "matar Miguel novamente"

Paulo Moura - 11/06/2020 16h47 | atualizado em 11/06/2020 17h02

Mirtes Renata e Sarí Côrte Real Foto: Reprodução

Mirtes Renata, a mãe do pequeno Miguel Santana, de cinco anos, que morreu ao cair do nono andar de um prédio no Recife, resolveu se pronunciar sobre a carta com um pedido de perdão escrita por sua ex-patroa, Sarí Corte Real, que cuidava de Miguel e deixou ele entrar sozinho no elevador minutos antes da queda.

Na resposta de Mirtes, ela diz que não será possível perdoar Sarí antes da aplicação de uma pena contra ela. Segundo a mãe de Miguel, “perdoar seria matar o Miguel novamente”.

– Sabemos que ela [Sarí] não trataria assim o filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser ‘filho da empregada’ – afirmou Mirtes.

Na carta da mãe de Miguel, ela também afirma que não recebeu qualquer pedido pessoal de desculpas por parte de Sarí e que as informações sobre a carta feita pela primeira-dama da cidade de Tamandaré chegaram a seu conhecimento através da imprensa.

– Eu não recebi qualquer pedido de desculpas. A carta de perdão foi dirigida à imprensa, o que me fez pensar que eu não era destinatária, mas sim a opinião pública com a qual ela se preocupa por mera vaidade e por ser um ano de eleição – declarou.

Confira a carta de Mirtes Renata, na íntegra:

“Eu não recebi qualquer pedido de desculpas. A carta de perdão foi dirigida à imprensa, o que me faz pensar que eu não era destinatária, mas sim a opinião pública com a qual ela se preocupa por mera vaidade e por ser esse um ano de eleição.

Eu não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo “mamãe” quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo. Uma mãe, sem seu filho, sofre uma crise, não apenas de identidade, como também de existência. Quem sou eu sem Miguel? Ela tirou de mim o meu neguinho, minha vida, por quem eu trabalhava e acordava todos os dias.

Quando eu grito que quero justiça, isso significa que eu preciso que alguém assuma a minha dor, lute minha luta, seja o destilado da cólera que eu não quero e nem posso ser. Eu não tenho forças neste momento, não tenho chão. Não tenho vida!

Após poucos dias é desumano cobrar perdão de uma mãe que perdeu o filho dessa forma tão desprezível. Afinal, sabemos que ela não trataria assim o filho de uma amiga. Ela agiu assim com o meu filho, como se ele tivesse menos valor, como se ele pudesse sofrer qualquer tipo de violência por ser “filho da empregada”.

Perdoar pressupõe punição; do contrário, não há perdão, senão condescendência. A aplicação de uma pena será libertadora, abrandará o meu sofrimento, permitirá o meu recomeço e abrirá espaço para o que foi pedido: perdão. Antes disso, perdoar seria matar o Miguel novamente”.

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