Lula diz que proibir entrada de Maduro foi equívoco
Foram quatro anos de relações comerciais e diplomáticas cortadas após decisão do governo de Jair Bolsonaro
Leiliane Lopes - 29/05/2023 17h24 | atualizado em 29/05/2023 18h19

Nesta segunda-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, falaram sobre as ligações entre os países e a retomada dessa parceria após quatro anos de relações cortadas.
A última vez que o ditador esteve no país foi em 2015, em visita à então presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu um impeachment um ano depois.
Em 2019, o governo de Jair Bolsonaro publicou uma portaria, por meio do Ministério das Relações Exteriores, proibindo Maduro de pisar em solo brasileiro. A decisão também se estendia para outras autoridades do país vizinho.
O petista falou da questão aos jornalistas, dizendo que receber seu amigo é um motivo de alegria, fazendo em seguida uma crítica à decisão de Bolsonaro.
– Depois de oito anos, o presidente Maduro volta a visitar o Brasil e nós recuperamos o direito de fazer política com a seriedade que sempre fizemos, sobretudo com os países que fazem fronteira. A Venezuela sempre foi parceira, e, por conta dos equívocos, o presidente Maduro ficou oito anos sem vir ao Brasil, o Brasil sem ir à Venezuela.
O presidente também citou números do quanto a parceria entre os países era importante e que, nos últimos anos, perdeu sua grandeza por problemas políticos.
– Nós temos um pequeno problema de ordem política, cultural, econômica e comercial. A gente tinha uma relação comercial que teve um fluxo de 6 bilhões de dólares [aproximadamente R$ 30 bilhões] e hoje tem pouco menos que R$ 2 bilhões. Isso é ruim para a Venezuela e para o Brasil.
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