Lucas 12: Como a Bíblia se conecta com o caso Flordelis
Capítulo tem diversos versículos que ligam trechos bíblicos aos fatos revelados pela polícia
Paulo Moura - 26/08/2020 12h05 | atualizado em 26/08/2020 15h33

Logo que o nome da operação que indiciou e prendeu os envolvidos na morte do pastor Anderson do Carmo, batizada de Lucas 12, foi revelado, muitas pessoas começaram a se questionar sobre como e por qual motivo teria surgido a ideia de intitular aquela ação policial com um trecho bíblico.
O capítulo em questão, 12° do Evangelho de Lucas, fala especialmente sobre a hipocrisia e traz logo em seu 2° versículo uma das frases mais conhecidas ditas por Jesus: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
A descrição acima parece estar diretamente ligada à narrativa de que Flordelis e sua família tentaram evitar que seus nomes fossem vinculados à morte de Anderson e, provavelmente, foi o motivo escolhido pela polícia para batizar o ato policial. Porém, quem pensa que a conexão entre o capítulo e o caso é somente essa, se engana. Outros trechos também trazem semelhanças com o fato.
Logo na sequência da famosa frase, o 3° versículo traz a seguinte fala de Jesus: “O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, será proclamado dos telhados”.
No trecho, há uma similaridade com o fato de que diversas conversas desconhecidas com planos para matar o pastor foram trazidas ao público com a investigação, como quando, segundo os promotores, Flordelis diz que teria que matar o marido por não poder se divorciar: “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”.
























A motivação para o crime, que segundo as autoridades foi a briga pelo controle das finanças familiares, também aparece em um dos versículos de Lucas 12. No 15° verso, Jesus fala do cuidado com a ganância quando diz a uma das pessoas da multidão que o acompanhava: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens”.
E por falar em disputa familiar, dois versículos próximos ao fim do capítulo parecem retratar perfeitamente a batalha que foi criada no núcleo familiar de Flordelis e Anderson tanto no que diz respeito aos planos para matar o líder religioso, quanto nos conflitos seguintes, como a disputa entre Flordelis e o filho Misael, ou entre a parlamentar e a sogra Maria Edna, que morreu em abril deste ano.
– De agora em diante haverá cinco numa família divididos uns contra os outros: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e nora contra sogra – dizem os versículos 52 e 53.
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