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Leilão: Valor das joias de Adriana Ancelmo despenca

Peças da ex-primeira-dama do Rio servirão para ajudar a pagar multa imposta pela Justiça

Gabriela Doria - 29/08/2019 14h43 | atualizado em 29/08/2019 14h50

Adriana Ancelmo e Sérgio Cabral Foto: Folhapress/Paula Giolito

O avaliador contratado para atribuir novos preços às joias de Adriana Ancelmo, ex-primeira dama do Rio de Janeiro, reduziu-os ainda mais. Enquanto a Caixa Econômica Federal havia proposto um desconto de 78%, o novo profissional reduziu em 81% o valor das 40 unidades.

Essa nova avaliação ocorreu após determinação do pedido do juiz Marcelo Bretas, que havia considerado muito baixo o valor sugerido pela Caixa. Agora, o leiloeiro Renato Guedes sugere que o preço mínimo do lote seja apenas 60% do atribuído pela Polícia Federal.

O lote faz parte do material apreendido no apartamento do casal Cabral, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro de 2016, data da Operação Calicute, que prendeu o ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ).

A polêmica sobre o preço das joias de Adriana Ancelmo começou após a Folha de S.Paulo revelar que a Caixa havia avaliado as peças em 22% do que a PF havia atribuído. A polícia estimou o valor das 40 unidades em R$ 2,07 milhões, com base em notas fiscais entregues por joalherias e pesquisa de mercado. A Caixa as atribuiu a soma de R$ 455 mil.

Bretas então determinou uma nova avaliação. Guedes contratou o joalheiro José Lopes de Alencar Júnior. O laudo tinha como objetivo atualizar o valor de mercado das peças. Junior fez o cálculo com base no peso das pedras preciosas de cada joia (safira, esmeralda, tanzanita, rubi, entre outras). Ele não considera o design ou a marca da peça. O profissional determinou que o lote custava atualmente R$ 398 mil.

Guedes então decidiu fazer uma média entre as três avaliações (PF, Caixa e Junior) e de uma pesquisa de mercado feita por sua equipe na internet. O cálculo baixou para 60% o desconto a ser dado no preço mínimo do leilão. Bretas ainda vai decidir sobre o caso.

As joias foram apontadas como uma das formas do casal Cabral lavar o dinheiro obtido com propinas. O ex-governador foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão no processo que trata da lavagem de dinheiro por meio das joias. Adriana Ancelmo, a dez anos e oito meses.

O valor de venda das joias e relógios vai depender dos interessados, que darão lances sucessivos para se obter o maior valor possível. Ironicamente, pode estar nas mãos deles a efetividade da tese de defesa apresentada por Cabral sobre o tema.

O leilão tem como objetivo arrecadar fundos para o pagamento de multas dos réus caso sejam condenados definitivamente pela Justiça.

A princípio, os valores ficariam depositados até a decisão de última instância, mas o casal Cabral decidiu abrir mão dos bens a fim de obter redução de pena. Dessa forma, o dinheiro já pode ter a destinação determinada pelo juiz Marcelo Bretas.

A Justiça já vendeu a residência do casal em Mangaratiba (RJ), outros imóveis e veículos. Mas uma lancha atribuída ao ex-governador continua “encalhada” e não tem data prevista para ir a leilão.

*Folhapress

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