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Leia íntegra da carta enviada pela Pfizer a Bolsonaro

Ex-secretário de comunicação afirmou que documento ficou dois meses sem resposta

Gabriela Doria - 12/05/2021 17h38 | atualizado em 12/05/2021 18h15

Fábio Wajngarten entregou carta da Pfizer à CPI da Covid Foto: Agência Senado/Jefferson Rudy

A carta enviada pelo presidente mundial da Pfizer Albert Bourla ao governo federal, em 12 de setembro de 2020, ofertando a vacina contra a Covid-19, foi entregue à CPI da Covid-19 pelo ex-secretário de comunicação Fábio Wajngarten nesta quarta-feira (12). O documento foi obtido pelo portal Uol.

Em seu depoimento, Wajngarten afirmou que o Palácio do Planalto levou dois meses para responder ao documento que também havia sido endereçado, além de ao próprio presidente Jair Bolsonaro, ao vice, Hamilton Mourão, aos ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (à época na Casa Civil) e Eduardo Pazuello (à época na Saúde), e ao embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Forster.

Na carta, Bourla destacava a importância de se adquirir a vacina com rapidez e que o imunizante, que na ocasião ainda estava em fase de testes, apresentava resultados “promissores”.

LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA
Na luta contra a Covid-19, uma vacina é parte crítica para lidar com a crise de saúde global, diminuindo as taxas de infecção, doença e morte em todo o mundo. A Pfizer tem estado na linha de frente no enfrentamento desta pandemia que afeta brasileiros e pacientes em todo o mundo, desde os primeiros dias desta emergência. A Pfizer foi fundada na cidade de Nova York, está sediada nos Estados Unidos há mais de 170 anos, e opera no Brasil há aproximadamente 70 anos. Junto com nosso parceiro, a empresa alemã BioNTech, estamos aproveitando décadas de experiência científica para desenvolver, testar e fabricar uma vacina de mRNA para ajudar a prevenir a infecção pela Covid-19.

Atualmente, estamos conduzindo um ensaio clínico em grande escala de Fase 2/3 com pelo menos 30.000 participantes em um grupo seleto de países em todo o mundo, incluindo dois centros de pesquisa no Brasil com cerca de 2.000 brasileiros voluntários. Estamos no caminho certo para buscar uma revisão regulatória de nossa vacina em outubro de 2020, com centenas de milhares de doses já produzidas.

A potencial vacina da Pfizer e da BioNTech é uma opção muito promissora para ajudar seu governo a mitigar esta pandemia. Quero fazer todos os esforços possíveis para garantir que doses de nossa futura vacina sejam reservadas para população brasileira, porém celeridade é crucial devido à alta demanda de outros países e ao número limitado de doses em 2020. Como deve ser do conhecimento de vossa excelência, fechamos um acordo com o governo dos Estados Unidos para fornecer 100 milhões de doses de nossa potencial vacina, com a opção de oferecer 500 milhões de doses adicionais.

A Pfizer tem o maior contrato com o governo dos EUA em termos de valor para uma vacina contra a Covid-19 até o momento, demonstrando a confiança que a administração do Presidente Donald Trump e tem em nosso ciência em nossa capacidade de produção. O Dr. Monsef Slaoui, Conselheiro Chefe da Operação Warp Speed do Governo dos Estados Unidos, visitou a instalação da Pfizer que está produzindo nossa vacina Covid-19 e que poderia abastecer o Brasil. Temos ainda acordos com o Reino Unido, Canadá, Japão e vários outros países, e estamos em negociações finais qual União Europeia para fornecer 200 milhões de doses, com a opção de fornecimento adicional de mais 100 milhões de doses.

Minha equipe no Brasil se reuniu com representantes de seus Ministérios da Saúde e da Economia, bem como com a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde do Brasil para fornecer nossa potencial vacina que poderia proteger milhões de brasileiros, mas até o momento não recebemos uma resposta. Sabendo que o tempo é essencial, minha equipe está interessada em acelerar as discussões sobre uma possível aquisição e pronta para se reunir com Vossa Excelência ou representantes do Governo Brasileiro o mais rapidamente possível.

Finalmente, como presidente mundial da Pfizer, estou orgulhoso em assinar um acordo histórico demonstrando um compromisso unificado em manter a integridade do processo científico enquanto trabalhamos para obter os registros regulatórios e aprovações das primeiras vacinas contra a Covid-19. Caso Vossa Excelência ou membros de sua equipe tenham alguma dúvida, não hesitem em entrar em contato comigo diretamente ou com minha equipe no Brasil, incluindo o presidente de nossa subsidiária no país, Carlos Murillo.

Atenciosamente,

Dr. Albert Bourla

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