Lava Jato mira empresa que fazia cartel na Petrobras
Mandados são cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná
Paulo Moura - 23/10/2019 08h13 | atualizado em 23/10/2019 08h23
A Polícia Federal (PF) cumpre 23 mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (23), como parte da deflagração da 67ª fase da Operação Lava Jato. Nesta etapa, um dos alvos é a empresa Techint, que teria feito pagamento de propina na Petrobras. A Justiça Federal já determinou o bloqueio de R$ 1,7 bilhão dos investigados.
De acordo com as investigações, a Techint é acusada de integrar um cartel de nove empresas, chamado “O Clube”, suspeito de fraudar licitações para grandes obras das Petrobras. Para executar as fraudes, a empresa repassava valores a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras mediante contratos fraudulentos de consultoria.
A PF apontou que há suspeita de que o valor total da propina por parte da empresa seja de R$ 60 milhões, equivalente a 2% no valor de cada contrato. O Ministério Público Federal (MPF) informou que entre os investigados, por corrupção, estão ex-funcionários da Petrobras que são beneficiários da propina. Além deles, intermediários da Techint e de duas empresas de consultoria são alvo da investigação pelo crime de lavagem de dinheiro.
Durante esta quarta, a PF cumpre as 23 ordens judiciais, que estão concentradas nos estados do Rio de Janeiro, com 14 buscas, em São Paulo, com 8 buscas e no Paraná, com 1 busca. A ação conta o trabalho de cerca de 100 policiais e os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
As provas que motivaram a realização desta fase da Lava Jato foram obtidas a partir de depoimentos de colaboradores, além de uma assistência jurídica da Itália e da transferência de uma investigação originária na Suíça.
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