Cantor se pronunciou, em sua rede social, sobre alegações racistas de William Waack
A notícia do desligamento do jornalista William Waack da Rede Globo por alegações racistas fora do ar repercutiu também no meio musical. O cantor Kleber Lucas comentou sobre o assunto nesta sexta-feira (10) e declarou que ele mesmo já viveu diversas situações discriminatórias.
Em seu perfil oficial no Instagram, o músico revelou que convive com o racismo “dentro e fora do meio evangélico”, do qual faz parte. Disse ainda que a fala de Waack – que reclama de um homem que buzina dizendo que “é coisa de preto” – é “sintomática”.
– Coisa de preto. Eu convivo com o racismo dentro e fora do meio evangélico. Quando eu saí de Goiânia em 1997, ouvi de um pastor: “você é um preto safado, seu lugar é na favela. Se você acha que vai ter lugar no Brasil, esquece, você não tem onde cair morto”. Uma vez fui cercado por policiais num shopping aqui da Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), como suspeito, e a situação só mudou quando as pessoas foram chegando e me reconheceram – declarou o cantor, que continuou:
– Entrei numa agência de automóveis e perguntei pra atendente qual o preço do carro que eu estava interessado e ela respondeu de forma irônica: “caro”. A fala do jornalista é sintomática. Ainda representamos a escória social pra muita gente que é tão ignorante quanto a nós. Minha intenção não é ostentação e sim uma breve apresentação de mais um preto e favelado. Muito prazer, Kleber Lucas.
Ao final, o artista elencou todos os feitos de sua carreira na música, desde 1996, quando lançou o álbum Rendei Graças.
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