Justiça proíbe venda de livro que conta história de presos
Juíza alegou que publicação sobre condenados em crimes de grande repercussão é "fofoca e mexerico"
Paulo Moura - 06/08/2019 11h41 | atualizado em 06/08/2019 11h55
A Justiça de São Paulo proibiu a venda de um livro sobre condenados em crimes de grande repercussão nacional e que estão presos na Penitenciária 2, em Tremembé (SP). A obra, intitulada Diário de Tremembé – O presídio dos famosos, foi escrita pelo ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP), Acir Filló, que também está preso no local.
Na publicação, o autor alega trazer informações novas e exclusivas sobre condenados como Cristian Cravinhos, responsável pela morte do casal Richtofen, e Mizael Bispo, condenado pela morte da esposa Mércia Nakashima. Em uma das narrativas, Filló afirma que Cristian teria admitido que Suzane Richtofen agrediu os pais durante o crime.
A decisão foi da juíza Sueli Zeraik, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté. No documento, ela alegou que o livro não constitui uma biografia, e que seria somente “fofoca e mexerico” para promover o autor. A magistrada também determinou a transferência de Acir Filló em virtude da situação tumultuada causada pelo livro e suas repercussões.
Após a publicação, a Justiça abriu sindicância para apurar uma possível fraude às regras do cárcere ao expor os presos, além de citar funcionários e possíveis irregularidades no local. Os citados prestaram depoimento e questionaram os detalhes escritos por Filló. Alguns, como Mizael Bispo, chegaram a negar que tenham dado entrevista ao preso. A decisão, que atendeu a um pedido do Ministério Público, determinou multa de R$ 954 em caso de descumprimento.
Leia também1 PGR: Bolsonaro diz que não vai nomear 'xiita de minorias'
2 "Ninguém vai esconder nada", diz novo diretor do Inpe
3 Preso que tentou fugir vestido de mulher é achado morto