Monique Mello - 29/08/2025 11h51 | atualizado em 29/08/2025 12h16

Um repórter fotográfico brasileiro foi detido na quarta-feira (27), em Belém (PA), enquanto trabalhava para a agência estatal chinesa Xinhua. A abordagem foi feita por agentes da segurança portuária, que o encaminharam à sede da Polícia Federal (PF). Ele foi liberado no mesmo dia.

De acordo com a PF, o profissional acessou uma área alfandegária restrita sem autorização. O local em questão é o terminal portuário de Outeiro, situado na praia de Brasília, a cerca de 20 quilômetros do centro da capital paraense. O espaço passa por reformas estruturais visando à recepção de navios de cruzeiro durante a realização da COP30, conferência climática da ONU prevista para novembro de 2025.

A intervenção policial gerou reações. O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) acompanhou o caso e manifestou repúdio à detenção do profissional.

Em nota oficial, a Companhia Docas do Pará (CDP), responsável pelo terminal, afirmou que a entrada em áreas portuárias exige cumprimento rigoroso de normas de segurança:

– O Terminal de Outeiro é uma área portuária, que segue protocolos obrigatórios de segurança e integridade (…) A CDP reforça que os protocolos de segurança para acesso aos portos são os mesmos para todos: funcionários ou visitantes precisam estar devidamente identificados e autorizados para acessar as áreas portuárias – destacou a estatal.

As obras no local fazem parte do plano logístico do governo federal para a COP30. Estão sendo executadas melhorias para permitir a atracação de dois navios de grande porte. As embarcações funcionarão como alternativa de hospedagem temporária, com capacidade para receber cerca de 6 mil pessoas em aproximadamente 3,9 mil cabines, diante da limitada oferta de hotéis na região metropolitana.

A obra é avaliada em R$ 180 milhões, e a entrega está prevista para outubro de 2025, um mês antes do início da conferência.

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