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Janot: ‘Não agi por coragem, mas por medo de errar’

Para Procurador-Geral da República, investigar a delação da JBS é por medo de decepcionar a PGR

Henrique Gimenes - 05/09/2017 16h20 | atualizado em 05/09/2017 17h42

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que suas decisões no comando da PGT são por medo de errar Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, nesta terça-feira (5), que a decisão de abrir uma investigação interna para apurar se houve omissão de informações no acordo de delação premiada da JBS, após receber novos áudios dos delatores, não foi por coragem e sim por medo de errar. A declaração foi dada durante reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

Foi a última sessão do conselho comandada pelo procurador, já que seu o mandato termina no dia 17 de setembro. Segundo Rodrigo Janot, a decisão que tomou aconteceu “mais pelo medo de decepcionar” a Procuradoria-Geral da República do que por “ser um homem de coragem”.

– Ontem foi um dos dias mais tensos e um dos maiores desafios desse período. Alguém disse para mim: “Você é realmente um homem de muita coragem”. Eu parei e pensei: “Será que sou um homem de coragem mesmo?” Cheguei a conclusão de que não tenho coragem alguma. Na verdade o que eu tenho é medo. O medo nos faz alerta. Tenho medo de quê? O medo de errar muito e o medo de decepcionar minha instituição. Todas as questões que enfrentei, enfrentei por medo de errar, medo de me omitir e de decepcionar minha instituição, mais do que por coragem de enfrentar esses enormes desafios – afirmou.

O Procurador-Geral da República também fez um discurso de despedida. Janot afirmou que espera voltar a viver com tranquilidade após o mandato, já que os últimos meses foram como uma “montanha-russa”.

– Agora colho, espero colher, a minha vida de volta. Realmente, eu deixei essa minha vida pendurada num armário fechado, guardei a chave e agora vou abrir esse armário e vou colher a minha vida de volta. Espero que eu tenha alguma tranquilidade para viver depois de tudo isso. Esse final tem sido uma montanha-russa porque as surpresas se repetem, as surpresas se mostram e a impressão que dá é que é uma montanha-russa que só tem queda livre. É uma montanha-russa que não dá um respiro para você se preparar para uma nova queda – ressaltou.

Durante sua fala, Rodrigo Janot também disse que espera deixar a “casa arrumada” para a futura Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge.

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