Henrique Gimenes - 11/09/2017 18h26 | atualizado em 12/09/2017 00h18

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, informou que documentos mostram que o ex-procurador da República, Marcelo Miller, atuou para o grupo J&F enquanto ainda integrava o Ministério Público Federal (MPF). A informação consta em pedido de prisão protocolado no Supremo Tribunal Federal na sexta-feira (8) contra os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, além de Marcelo Miller. O ministro Edson Fachin aceitou os pedidos para prender Joesley e Saud, mas recusou o de Miller.

Documentos enviados à Procuradoria-Geral da República pelo escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe, em que Miller trabalha atualmente, mostram a troca de emails entre o ex-procurador e uma advogada do escritório. Segundo Janot, “entre os documentos apresentados constam elementos de que, antes de março do corrente ano, Marcello Miller já auxiliava o grupo J&F no que toca o acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal”.

O conteúdo dos emails, de acordo com o Procurador-Geral da República, havia “marcações de voos para reuniões, referências a orientações à empresa J&F e inícios de tratativas em benefícios à mencionada empresa”. Para Rodrigo Janot, “Marcello Miller, ainda na condição de procurador da República, teria, em princípio, ajudado os colaboradores a filtrar informações, escamotear fatos e provas e ajustar depoimentos e declarações, em benefício de terceiros que poderiam estar inseridos no grupo criminoso’.