Leiliane Lopes - 26/01/2023 17h22 | atualizado em 26/01/2023 19h13

A Defensoria Pública da União (DPU) elaborou um relatório no qual é possível ver as condições prisionais de centenas de manifestantes que foram presos após os atos em Brasília no dia 8 de janeiro.

Para criar esse documento, a DPU, a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e o Mecanismo Nacional de Prevenção à Tortura (MNPCT) fizeram visitas nas penitenciárias onde os manifestantes estão presos nos dias 10 e 13 de janeiro.

A apresentação tem 71 páginas e mostra que a chegada dos novos presos gerou superlotação nos presídios. A primeira visita revelou que as celas que têm capacidade para oito pessoas, passaram a alocar 12.

Na segunda visita, os presos relataram à DPU que algumas celas estavam com mais de 22 detentos em um espaço com oito camas.

A Polícia Federal prendeu cerca de 1.500 pessoas, número que representa aproximadamente 10% da população prisional de todo o Distrito Federal.

A superlotação na penitenciária feminina levou as autoridades a liberarem um bloco vazio na penitenciária masculina para acomodá-las. Prática que, de acordo com o DPU, é uma situação grave que vai contra a Lei de Execuções Penais.

Outro ponto apresentado pela DPU foi a falta de roupas e kit de higiene para todos os manifestantes presos. As mulheres, por exemplo, não tiveram nem acesso a banho quente.

Cobertores finos e falta de toalhas para banhos e roupas íntimas também foram algumas das reclamações apontadas no relatório.

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