Leia também:
X Abraham Weintraub: “Globo não é melhor que ninguém”

Ibama: Culpados por óleo têm dívida bilionária com o Brasil

Órgão prevê multa de bilhões contra responsáveis por vazamento

Gabriela Doria - 04/11/2019 17h20 | atualizado em 04/11/2019 17h21

Voluntários retiram óleo de praias do Nordeste Foto: EFE/Brenda Alcântara

Integrantes do Grupo de Avaliação e Acompanhamento, criado pelo governo para dar resposta ao desastre ambiental com óleo no litoral do Nordeste, avaliou nesta segunda (4) que o caso exigirá de eventuais responsáveis identificados bilhões a título de reparação de danos.

O presidente do Ibama, Eduardo Bim, um dos órgãos que integram o colegiado, disse que os valores serão certamente altos, pois envolvem prejuízos não só ao ambiente, mas ao turismo e à saúde pública, entre outros segmentos.

– Esse dano não está quantificado ainda. Vai ser um dano na casa dos bilhões, com certeza – declarou Bim.

Além da indenização, cabe a aplicação de multas ambientais aos responsáveis. Por lei, as multas podem ser de até R$ 50 milhões cada uma.

O presidente do Ibama disse que o órgão ainda não tem estudos sobre a qualidade dos mariscos e dos peixes pescados na região para consumo. Segundo ele, essa informação depende de levantamentos do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O processo de responsabilização dependerá do avanço das investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Federal, em parceria com a Marinha e órgãos de proteção ao Meio Ambiente, e também de cooperações internacionais.

As autoridades suspeitam de que o navio Bouboulina, de bandeira grega, tenha sido o responsável pelo vazamento de óleo no mar. Na última sexta (1º), a PF apreendeu documentos em empresas com endereços no Rio de Janeiro, ligadas à companhia que opera a embarcação, que nega as acusações.

Autoridades marítimas de outros países foram notificadas a colaborar. Um dos objetivos, por exemplo, é saber se o navio descarregou em Cingapura a mesma quantidade de petróleo que carregou num porto na Venezuela. Também se buscam informações sobre quem são os donos da empresa que o opera, o comandante e o restante da tripulação.

O Bouboulina saiu daquele país em julho e passou por águas brasileiras a caminho de Nigéria, África do Sul e Cingapura.

O delegado da PF Franco Perazzoni disse nesta segunda que, por ora, o navio é suspeito do desastre e que conclusões a respeito dependem do andamento das apurações.

– A empresa [dona do navio] vai ser notificada agora, vai tomar conhecimento do teor da investigação toda. A gente não chegou ao momento do indiciamento – disse o delegado.

As afirmações foram feitas numa entrevista à imprensa, após integrantes do grupo de acompanhamento e os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Justiça, Sergio Moro, apresentarem dados sobre o caso ao presidente Jair Bolsonaro. Moro não foi ao encontro com jornalistas.

*Folhapress

Leia também1 Petroleiros tentam impedir megaleilão do pré-sal
2 Para a Marinha, não dá para dizer "quanto óleo ainda tem"
3 Marinha envia 2 mil homens para retirar óleo do Nordeste

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.