Governo da Bahia exclui post sobre intolerância religiosa
A publicação dizia que falar "você precisa encontrar Jesus" era crime
Leiliane Lopes - 27/02/2023 14h42 | atualizado em 27/02/2023 16h25

O Governo da Bahia excluiu das redes sociais uma publicação sobre intolerância religiosa que afirmava que frases como, “você precisa encontrar Jesus”, são preconceituosas e deveriam ser denunciadas como crime.
A postagem foi feita no final de janeiro e apresentava uma série de expressões religiosas consideradas por eles como preconceito contra outras religiões.
Para eles, a frase “você precisa encontrar Jesus” é problemática e configura intolerância por não ser Jesus o único que pode ajudar as pessoas.
– Não é só Jesus. O princípio básico de todas as religiões é o amor, o que basta é encontrar aquela que te faz bem e que eleve a espiritualidade e o afeto entre as pessoas – dizia a publicação.
Outras expressões criticadas na publicação eram: “É de gesso não vai te ouvir”, sobre imagens de santos; “Macumba é coisa do Satanás”, sobre religiões de matrizes africanas; “Crente ou quente?”, sobre evangélicos; e “Isso lá é religião”, sobre religiões de matrizes africanas.
JURISTAS EVANGÉLICOS ENTRARAM COM PEDIDO DE REMOÇÃO
A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) enviou um ofício para a Ouvidoria Geral do estado da Bahia, direcionando-o ao governador, o sr. Jerônimo Rodrigues Souza, para questionar a publicação e solicitar sua remoção no dia 23 de fevereiro.
– A razão do pedido se dá em função do post ter tom preconceituoso contra cristãos e, inclusive, ter gerado inúmeras reações negativas – diz a publicação da ANAJURE.
A entidade também destaca que a liberdade religiosa envolve a proteção ao proselitismo, de forma que a mera tentativa de convencimento do outro não constitui, por si só, uma intolerância.
Na visão dos juristas, só é caracterizada intolerância religiosa as ocasiões nas quais o discurso é utilizado de forma coercitiva ou em meio a agressões ao ouvinte.
– Afirmar, todavia, que alguém precisa de Jesus não é uma ameaça, uma agressão nem um menosprezo, considerando que os cristãos entendem que todos são necessitados de Cristo – completa o documento.
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