Gabriela Doria - 03/02/2020 20h41 | atualizado em 04/02/2020 08h35

A Secretaria de Comunicação do governo federal acusou a cineasta Petra Costa, diretora do documentário Democracia em Vertigem, de difamar o Brasil para o mundo. A crítica é uma reação às acusações feitas por Petra e foi publicada no perfil oficial do órgão no Twitter.

– Nos Estados Unidos, a cineasta Petra Costa assumiu o papel de militante anti-Brasil e está difamando a imagem do País no exterior. Mas estamos aqui para mostrar a realidade. Não acredite em ficção, acredite nos fatos – escreveu o perfil logo antes de publicar um vídeo em que a cineasta dá uma entrevista.

Nos Estados Unidos, a cineasta Petra Costa assumiu o papel de militante anti-Brasil e está difamando a imagem do País no exterior. Mas estamos aqui para mostrar a realidade. Não acredite em ficção, acredite nos fatos. pic.twitter.com/NLnf8gA87c

— SecomVc (@secomvc) February 3, 2020

Na entrevista, Petra acusa o governo de Bolsonaro de incentivar a invasão de terras indígenas por fazendeiros. Em resposta, a montagem inclui um carimbo de “fake news” e a informação de que “para o presidente Jair Bolsonaro qualquer invasão de terra é terrorismo”.

O vídeo também mostra o trecho da entrevista em que Petra afirma que o governo promove uma onda evangélica que “tem se posicionado contra direitos dos gays, feminismo e pessoas de cor”. Em resposta, o perfil declara que “não faz nenhuma ação contra minorias”.

A montagem também traz o trecho em que a diretora denuncia a letalidade da polícia do Rio de Janeiro que, segundo ela, mata mais do que a de qualquer estado dos EUA. Neste momento, a Secretaria de Comunicação afirma que “cabe ao governo do estado do Rio de Janeiro responder pela ação de suas polícias”.

O filme Democracia em Vertigem foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário, o que gerou uma onda de críticas de pessoas como Pedro Bial, Carla Zambelli e Olavo de Carvalho.

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