Gilmar diz que Lula pode ser beneficiado com vazamentos
Ministro admitiu que provas ilícitas podem ser usadas em processos
Gabriela Doria - 09/08/2019 16h16
Após blindar o jornalista Glenn Greenwald de qualquer investigação, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, admitiu, nesta sexta-feira (9), a possibilidade das mensagens hackeadas ajudarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– A prova, mesmo ilícita, em alguns casos serve para isentar determinada sanção ou inocentar alguém – disse Gilmar na saída de um evento onde palestrou, em São Paulo.
Gilmar também afirmou que o STF já discutiu internamente sobre a aceitação de provas obtidas de maneira ilícita, como é o caso das mensagens hackeadas.
O ministro também tratou com ironia a participação de Sergio Moro, quando ainda era juiz federal, na suposta orientação dos procuradores da Lava Jato.
– Daqui a pouco ele pode reivindicar salário na Justiça do Trabalho, acumulou funções. Certamente juiz não pode ser chefe de força-tarefa – afirmou.
Na saída da palestra, Gilmar foi recebido por manifestantes vestidos de verde e amarelo. Eles defendiam a operação Lava Jato e o ministro Sergio Moro.
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