Gilberto Gil assume cadeira na Academia Brasileira de Letras
Eleito em novembro, cantor tomou posse nesta sexta-feira
Monique Mello - 09/04/2022 12h29 | atualizado em 09/04/2022 14h19

A cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras foi ocupada nesta sexta-feira (8), pelo cantor, compositor e escritor Gilberto Gil. Ele foi eleito com 21 dos 34 votos dos acadêmicos, em novembro de 2021.
– Poucas vezes na nossa história republicana o escritor, o artista, o produtor de cultura, foram tão hostilizados e depreciados como agora – afirmou Gil, em uma crítica indireta ao atual governo.
A solenidade foi realizada no Petit Trianon, Rio de Janeiro. A atriz Fernanda Montenegro, empossada na ABL em março deste ano, foi a responsável pela aposição do colar.
– Não só porque a ABL é a casa de Machado de Assis, escritor universal, afrodescendente como eu, mas também porque a ABL representa a instância maior, que legitima e consagra, de forma perene, a atividade de um escritor ou criador de cultura em nosso país – declarou o cantor.

Em sua fala na cerimônia de posse, Gil defendeu uma escrita antirracista e menos elitista, citou escritores brasileiros como o cearense José de Alencar e o carioca Antônio Candido. Além de reforçar a importância da música popular brasileira para o fortalecimento da cultura do país.
Gil também reforçou a necessidade de cair no esquecimento o “complexo de inferioridade nacional que só reconhece valor no estrangeiro”. Entre 2003 e 2008, o músico foi ministro da Cultura na gestão Lula.
Gilberto Gil nasceu em Salvador no dia 26 de junho de 1942, ele foi um dos representantes do movimento Tropicália, que efervesceu a música brasileira em meados da década de 1960.
A trajetória musical abarca ao menos 60 discos e cerca de 4 milhões de cópias vendidas. Entre eles: Gilberto Gil (1969), Expresso 2222 (1972) e Refazenda (1977).
O artista não tem livro publicado, o que ele teve foram 400 de suas músicas reunidas na obra Todas as Letras. Antes, a cadeira de nº 20, era ocupada pelo jornalista e advogado Murilo Melo Filho, que morreu em maio de 2020. Já passaram por ela: Múcio Leão, Emílio de Meneses, Humberto de Campos e Aurélio de Lyra Tavares.

*Com informações da AE
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