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General alvo de inquérito por criticar STF faz desabafo

Paulo Chagas teve mandado de busca e apreensão contra ele

Gabriela Doria - 19/04/2019 17h02

General da reserva Paulo Chagas foi alvo de mandado de busca e apreensão pelo STF Foto: Reprodução

O general da reserva Paulo Chagas, um dos alvos do “inquérito da censura”, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um desabafo através de uma carta pública. O texto foi compartilhado em sua rede social após ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão, assinado pelo ministro Alexandre de Moraes.

– Na última segunda-feira, dia 15 de abril, a Polícia Federal esteve em minha residência, munida de um mandado assinado pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), para fazer busca e apreensão. Por quê? Buscar o quê? Apreender o quê? As respostas a essas perguntas revelam o primarismo de um inquérito indevido, truculento, inoportuno e que já nasceu errado, porquanto, segundo o entendimento de quem conhece o processo jurídico, “quem julga não investiga e quem investiga não julga” – escreveu o militar.

Chagas também ressaltou que não havia razão para a ordem judicial, uma vez que sua opinião sobre o STF é pública.

– O que pretendia o mandante da ação encontrar na minha casa? A caneta ou o lápis com o qual redigi um rascunho? O próprio rascunho? Minhas digitais no teclado do computador ou do meu celular? Cópias dos textos que escrevi? Provas de que sou o verdadeiro autor do que torno público? Para quê isso, se toda a produção da minha opinião está na internet? – questionou.

O general descreveu a ação dos policiais que foram a sua casa. Segundo ele, o grupo “aparentava visível contrariedade” ao mandado.

– Foi uma ação inócua que só serviu para constranger e assustar a minha família e os meus vizinhos. Eu poderia chama-la de ridícula, mas, como tudo que eu disser poderá ser usado contra mim, me abstenho de fazê-lo – declarou Chagas.

O militar da reserva termina o texto reforçando que estava exercendo seu direito constitucional de se manifestar e que não há crime nisso.

– Nunca contestei o STF ou a sua importância, mas a perceptível contaminação política e ideológica do resultado do trabalho dos seus integrantes que, em tempos de grave crise moral e ética como a que temos vivido, repercute com a mesma gravidade na vida e no futuro do País. É meu direito não concordar e não calar diante do que sou obrigado a aceitar e cumprir. Poderia fazê-lo anonimamente, mas isto me é vedado pela Constituição e pela minha consciência – afirmou o general.

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